Choque de gestão: Alckmin tira recursos da segurança e educação

Alckmin_Labios04.jpg

Newton Lima, via Brasil 247

A ineficácia do governo tucano está incendiando o Estado de São Paulo, coloquial e literalmente. Pelo jeito, o choque de gestão tucano entrou em curto-circuito!

Permanece na memória dos paulistas a triste lembrança de que em 2006 o Estado foi acossado pela maior onda de violência do crime organizado. A capital e 33 cidades foram atacadas barbaramente; ocorreram rebeliões em 80 presídios e cadeias; 91 ônibus foram incendiados na capital, na região do ABC e no interior. O Núcleo de Estudos da Violência da USP registrou a morte de 439 pessoas por armas de fogo, entre os dias 12 e 20 de maio daquele ano.

Ao tomar conhecimento do grave problema da segurança pública em São Paulo, o então presidente Lula telefonou para o governador Cláudio Lembo (ex-PFL), e colocou à disposição forças federais e os recursos necessários para conter a violência. Lembo substituía o governador Geraldo Alckmin, que havia se licenciado para concorrer à presidência da República. A ajuda foi recusada peremptoriamente pela cúpula do PSDB, pois, se aceitasse, segundo noticiou a imprensa, o governo paulista estaria admitindo o fiasco de sua política de segurança pública.

A segurança pública em São Paulo continuou o ciclo de decadência, exibindo vergonhosos índices de violência. Os últimos dados apurados por instituições acadêmicas e pela própria Secretaria de Segurança Pública mostram que em janeiro deste ano foi registrada a oitava alta consecutiva nos casos de roubo. O aumento foi de 32,5% no Estado e 41,8% na capital. Em dezembro, o crescimento havia sido de 21% e 35,4%. Houve um aumento considerável também nos roubos de veículos, 20,8% no Estado e 22,7% na capital; os roubos de carga 35% e 34%, respectivamente.

Para enfrentar o aumento da criminalidade, esperava-se que os investimentos na Segurança Pública fossem ampliados, mas ocorreu o inverso; eles ficaram 11% abaixo do previsto. Na ação “Obras e Instalação de Unidades de Polícia Técnico-Científica”, dos R$15 milhões previstos foram gastos apenas R$4,7 milhões (–68,6%).

Os programas de formação de policiais também sofreram redução. O “Melhorar Sempre, Polícia com Excelência” (–26%) e o “Policial Valorizado, Sociedade Prestigiada” (–15%). Foram gastos 11% menos do que o previsto no custeio das instalações da Polícia Civil e 9,5% menos com a Polícia Judiciária. Os investimentos para a compra de veículos, por exemplo, caíram 12,7% de 2012 para 2013. Se a comparação for feita com o ano de 2010, a redução chega a 24%. Os investimentos na Secretaria de Administração Penitenciária ficaram abaixo do previsto (–14,3%).

“Quem abre escolas, fecha presídios.” Essa brilhante frase do escritor francês Victor Hugo tem servido de orientação para bons governantes, que têm a Educação como prioridade, como o mais importante objetivo de um governo, para melhoria das condições de vida da população, como fator de mobilidade social e, sobretudo, de redução da violência. Mas, em São Paulo, ao invés de ampliar os investimentos em Educação, o governador Alckmin faz exatamente o contrário. A verba orçada para construir e reformar escolas e comprar equipamentos caiu 36,62% de 2013 para 2014. Em 2013, as universidades e faculdades estaduais deixaram de receber mais de R$1 bilhão. No desenvolvimento curricular do Ensino Fundamental o corte foi de R$87 milhões. Os programas “Acessa Escola” e “Escola da Família” perderam R$80 milhões.

O que se pode esperar de um governante que reduz investimentos em educação? E que corta investimentos da segurança pública quando a violência aumenta?

Oito anos se passaram desde os ataques do PCC, mas os números e a falta de gestão demonstram que houve retrocessos. Um episódio, ocorrido em Ribeirão Preto no dia 18 de fevereiro, ilustra bem o caos da segurança pública. Assustados com a onda de violência, frentistas e donos de postos pediram uma reunião com o comando das polícias para ouvirem, estupefatos, a seguinte explicação: “não adianta achar que a polícia vai resolver o problema de vocês.”

A ineficácia do governo tucano está incendiando o Estado de São Paulo, coloquial e literalmente. O despreparo das forças de segurança demonstrado nas manifestações de meados de 2013 foi o estopim para a deflagração do vandalismo; e, durante o carnaval, 16 veículos foram incendiados pelo interior em mais ações atribuídas ao PCC. Pelo jeito, o choque de gestão tucano entrou curto-circuito!

***

Leia também:

E se faltar água em São Paulo?

Racionamento de água e a sina do PSDB

Luciano Martins Costa: A reportagem que nunca foi escrita

Carlos Neder: Alckmin fez opção pela lógica da violência

Alckmin compromete abastecimento de São Paulo pelos próximos cinco anos

Seca: Procuradores acusam Alckmin de provocar colapso no Sistema Cantareira

Trensalão tucano: Cartel dá R$307 milhões de prejuízo à CPTM e Alckmin se finge de morto

Trensalão tucano: As pegadas recentes do cartel de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin

Trensalão tucano: Novos documentos da Alstom incriminam ainda mais Serra e Alckmin

Trensalão tucano: As pegadas recentes do cartel de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin

A mídia se cala sobre as 27 novas taxas de Geraldo Alckmin

Com invasão da Cracolândia, Alckmin insiste em demonstrar que São Paulo é o túmulo da política

E ele diz que não sabe de nada: Siemens e Alstom financiaram Alckmin e outros tucanos

Por que Alckmin é tão blindado pela “grande mídia”?

O feito extraordinário de Alckmin

Alckmin torra R$87 milhões em propaganda inútil da Sabesp

Trensalão tucano: Delator confirma propina aos amigos de Alckmin

Até o editor de jornal tucano não aguenta mais a corrupção no governo Alckmin

Alckmin não investigou nada sobre o trensalão e pede conclusão rápida das apurações

Os “vândalos” do Metrô: Alckmin acha que pode resolver tudo com a polícia

Alckmin abre arquivos do Dops ao lado de assessor pró-golpe de 64

Novo secretário particular de Alckmin lidera a ultradireita brasileira

O jovem velho que é a cara do PSDB

Ditadura militar: Marcelo Rubens Paiva quer retratação de Alckmin

Endireita, São Paulo: O depoimentos de peessedebista histórico sobre o governo Alckmin

Ditadura militar: Marcelo Rubens Paiva quer retratação de Alckmin

Conheça a biografia de Geraldo Alckmin

Tags: , , ,

3 Respostas to “Choque de gestão: Alckmin tira recursos da segurança e educação”

  1. nilo walter Says:

    Alckmin , não é medíocre. Ele entende muito bem o anseio da burguesia paulista . Os pobres é que são mediocres pois votam nesse cara .

  2. pintobasto Says:

    Mas o que esperar dum vendilhão que sabe não vencer mais nenhuma eleição? Política de terra queimada! Alckmin já era! Não engana mais ninguém!

  3. Choque de gestão: Alckmin tira recursos da segurança e educação | EVS NOTÍCIAS. Says:

    […] See on limpinhoecheiroso.com […]

Os comentários sem assinatura não serão publicados.