Das “escadas da morte” de Mauthausen ao Big Brother na Penguin

Algumas fotos da minha apresentação ontem no Fórum Fantástico (Biblioteca Municipal de Telheiras, Lisboa), em que tentei explorar algumas curiosas tangentes da carreira multifacetada de Germano Facetti à ficção científica (a exposição This Is Tomorrow de 1956, a participação no filme La Jetée de Chris Marker em 1962 e os dois redesenhos radicais da colecção de FC da Penguin – descontando o de Alan Aldridge, e o facto do segundo ter sido feito em parceria com o seu futuro sucessor como director de arte da editora, David Pelham).

A associação mais “arriscada” terá sido a da capa icónica do Nineteen Eighty Four de Orwell, que o próprio Facetti assinou mal entrou para a Penguin, com o impacto visual das “escadas da morte” de Mauthausen, que levavam à pedreira no cimo e que o jovem Facetti deve ter visto muitas vezes. O conhecimento da sua experiência em Mauthausen (documentada no seu secretíssimo caderno, guardado dentro de uma caixa de papel Kodak durante décadas) parece-me essencial na leitura desta capa e, de certa forma, na apreciação da sua participação (que não se deve ter limitado, certamente, ao papel de “actor”) no La Jetée (em que o herói é, afinal, um prisioneiro de guerra e cobaia de experiências de viagem no tempo).

Capa de Germano Facetti (1962).

Desenho de Ludovico Belgiojoso representando as “escadas da morte” de Mauthausen (1944). Belgiojoso foi o protector de Facetti no campo, e mais tarde o seu primeiro empregador em Milão.

Heinrich Himmler subindo as escadas de Mauthausen em 1941.

O aspecto das escadas hoje.

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