Criticado, Ciências Sem Fronteiras não deixa de ser boa oportunidade de experiência acadêmica

Por Bruno Accorsi

Apesar das recentes críticas ao Ciências Sem Fronteiras, o programa continua atraindo o interesse de estudantes, pois representa a oportunidade de vivenciar uma experiência acadêmica fora do Brasil. São quase 50 mil bolsas implementadas e mais de 30 mil estão vigentes por todo o mundo. Os países com maior número de bolsas são os de língua inglesa, como Estados Unidos (10.2015), Reino Unido (5.302) e Canadá (4.804), seguidos de França (3.290), Alemanha (3.080) e Portugal (2.916).

Uma das críticas feitas ao programa diz respeito ao risco dos bolsistas não ingressarem na universidade estrangeira escolhida, pois muitos vão ao exterior sem conhecimento básico do idioma local. Nessa situação, num período de três a seis meses, precisam desenvolver um nível específico de domínio do idioma para ingressar em alguma instituição.

O estudante de engenharia João Paulo Ferrari está na Alemanha pelo programa, e no Brasil, enquanto cursava na Universidade Federal de São Carlos, já se familiarizava com o alemão. “Quanto à língua, eu estudei pouco mais de um ano no Brasil, e meu alemão ainda é bem básico. Neste curso intensivo terei de aprimorá-lo até o nível B1 no teste OnDaf  em seis meses”. O programa do qual participa prevê 18 meses no exterior, seis fazendo o curso de idioma e o restante numa instituição de ensino alemã.

A própria organização do programa acredita que os bolsistas devem optar por países com idiomas diferenciados. Ano passado, bolsas para Portugal foram canceladas para que fossem escolhidos países que não falam a língua portuguesa. Porém, na hora de escolher o país, os bolsistas não pensam somente na eventual dificuldade ou facilidade em falar o idioma local, mas também na qualidade da instituição na qual poderá estudar. É o caso de João Paulo. “A escolha do país foi pensando no curso de engenharia, uma vez que a Alemanha é bastante conhecida pelos institutos super competentes. Como eu queria sair do básico, que é o inglês, resolvi vir pra cá”, afirmou.

Apesar de casos de bolsistas que relatam problemas em depósitos das bolsas e viagens remarcadas sem aviso prévio, João Paulo  só teve problema com um pequeno atraso para receber o dinheiro, mas demonstra confiança na sua estada. “É muito prematuro fazer no momento qualquer tipo de crítica haja vista que o programa apenas começou para mim. A comunicação não é instantânea, mas os profissionais da CAPES, DAAD e responsáveis pelos cursos de idiomas nos forneceram a orientação e auxílio quando necessário”.

Esse ano ainda é esperado o aumento do financiamento privado de empresas e indústrias que se comprometeram com o programa. Segundo a CAPES, cumpriram 13% do prometido, já as empresas privadas afirmam que já contribuíram com 20% do combinado.

É indicado que os interessados se preparem com antecedência para lidar com a lingua estrangeira (Foto: Bruno Accorsi)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Editado por Claudia Müller

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