CELEST PANDAMON

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>>Caso você seja novo aqui, recomendo que leia a página “Apresentação”<<

INTRODUÇÃO:

Novo lançamento da Celest Audio, empresa subsidiária da Kinera Audio. A Celest tem o viés de trazer produtos mais acessíveis e com características mais lúdicas para o mercado. O fone da avaliação de hoje será o Celest Pandamon. O Pandamon é o segundo fone que a empresa produziu e ele possui a atualização do driver SPD para a versão 2.0.

Avaliações da Celest: Celest Gumiho

Preço: $59 dólares (USD)
Cores: Prata/Preto
Cabo: Sem Mic


Link da CELEST:

https://www.kineraaudio.com/pt/

https://www.kineraaudio.com/product/celest-pandamon

https://s.click.aliexpress.com/e/_Dc9nwg7


ESPECIFICAÇÕES:

(1) SPD 2.0 (Square Planar Driver) de 10x10mm por lado
Frequência: 20Hz – 20kHz
Sensibilidade: 108dB
Impedância: 9Ω
Cabo: 4 núcleos Cobre OFC revest. PVC
Plugue: 3.5mm (reto)
Tamanho do cabo: 125cm
Conectores: 2Pin 0.78mm (removível)
Material da shell: Resina e Aço inoxidável 304
Diâmetro do bocal: 6mm
Peso: 5.4g +17.2g (IEM + cabo)



ASPECTOS FÍSICOS:

Eartips (ou ponteiras/borrachinhas). Vieram dois tipos de ponteiras e todos dois tipos em silicone, nos tamanhos P/M/G. As “cinzas” (Celest 221 Vocal Eartips), e as “vermelho e cinza” (Celest 608 Balanced Eartips). As cinzas são em estilo bocal aberto (wide bore), e como de costume, não me agrada o som conferido por esse tipo de ponteira (mas não é regra). Já as ‘vermelho e cinza’ são mais normais, o furo é padrão. Honestamente eu achei que as ‘vermelho e cinza’ são capazes de entregar o som desejado para o Pandamon. Infelizmente eu senti que houve um downgrade no pacote de ponteiras desse fone em relação ao Gumiho, porque não veio as ponteiras “cinzas” que vieram no Gumiho. Eu achei que pelo menos aquela ponteira que veio no Gumiho era melhor do que as duas que vieram com o Pandamon. Enfim, fica aqui a observação que o preço do Pandamon ficou mais alto do que o Gumiho, e o Pandamon veio com ponteiras “comuns” e também com uma armadura balanceada (BA) a menos na construção do fone. Tirando isso, não vi necessidade de aquisição de ponteiras extras para usar com o Pandamon (subjetivo).

-Eu usei as ponteiras vermelho e cinza (Celest 608) no tamanho M para fazer a avaliação do fone.

Cabo. Gostei bastante do cabo desse fone, me lembrou em parte o cabo do Tin T3+, tem aquele mesmo tipo de trançado. Do Y-split para baixo, o trançado é todo no mesmo sentido, então ele pode abrir as tranças caso você entorte os fios para o lado oposto. É um cabo bem leve, tem uma textura mais lisa, não embaraça facilmente, não pega memória em sua extensão, tem um pouco de microfonia (mas nada de muito grave). É um cabo excelente na hora de enrolar ele pra guardar o fone, ele fica do jeito que você enrolou. O cabo vem com o Chin Slider (peça que regula a abertura dos cabos que vão para os falantes), e ele realmente funciona muito bem, sem dúvida uma dos melhores que já testei.

Earhooks (ou ganchos de orelha). Os earhooks são bons, tem uma boa curvatura. Eu sempre pontuo que esse tipo de earhook que acompanha a ondulação do cabo não é a melhor situação em materia de conforto, houve casos em outros fones que eu senti uma leve pressão. Mas o Pandamon é levinho e esse problema não apareceu. Reforço dizendo que o ideal são earhooks lisos em forma de tubo (pro meu gosto).

Conectores. Os conectores do Pandamon são de 2 pinos 0.78mm. São de boa qualidade e a estética também me agradou muito. Para o projeto desse fone em especifico, eu achei que eles deveriam ter utilizado aquele conector que já sai do encaixe fazendo uma curvatura, tipo o do TRN TA1 MAX (só pra exemplificar mesmo). Na minha visão, combinaria mais com esse estilo de fone de formato circular. Eles vem com a indicação por letra L & R (esquerdo e direito) para a pessoa fazer o encaixe. O corpo do fone também vem com a indicação por letras.

Encaixe. Aqui talvez seja o ponto mais controverso desse fone – além da estética da faceplate, que não foi algo muito quisto pela minha pessoa. Sabemos que isso é subjetivo, mas, o que acontece é que o Pandamon não teve um encaixe como eu imaginei. Na verdade não é que o encaixe tenha problemas, e sim que eu achei que faltou mais “resina” no corpo, ou seja, o fone não chegou a ficar “assentado” na minha concha, ele meio que fica “folgado”. É como se eu tivesse um ouvido muito grande e sobrou espaço entre o fone e o fundo da concha. Evidente que aqui há uma cascata de coisas acontecendo: o corpo do fone é redondinho, não tem aquele formato semi-custom, o bocal tem um certo comprimento, e que junta com o comprimento das ponteiras, daí o resultado foi esse, um fone com encaixe “incompleto”. Nunca achei que isso seria um problema, haja vista que outros fones normalmente tendem a gerar algum ponto de pressão por causa dos tamanhos. Exemplificando melhor: as ponteiras e o bocal conseguem gerar uma estabilização, mas o corpo do fone fica meio que “flutuando” dentro dos meus ouvidos. A inserção eu achei média, e o isolamento eu achei baixo.

Conforto. O conforto é ótimo, praticamente o fone nem encosta nos meus ouvidos. Ele também é bem leve, não cria peso no ouvido. A resina é de boa qualidade, confere uma boa sensação polimento ao toque. O fone tem um formato circular que é bem tranquilo, não criou nenhum ponto de pressão nos meus ouvidos. É um fone ótimo para longas audições, eu quase nem percebi que estava usando um IEM no ouvido durante minhas sessões musicais.

O Pandamon vem com os mesmos acessórios adicionais que o Gumiho, uma sacola com um tecido tipo neoprene, (mas com um toque macio), uma escovinha de limpeza, e o pingente com a imagem do Pandamon. Aqui não tem muito o que comentar, vocês sabem que eu prefiro outro tipo de estojo para guardar os fones (rígidos ou semirrígidos), inclusive esse que veio com o Pandamon é meio complicado de guardar o fone, eu achei pequeno.



ASPECTOS SONOROS:

A sonoridade do CELEST PANDAMON eu considero como Quente-Neutro (Warm-Neutral). Apesar de ser um fone com estilo mais lúdico na sua estética, o Pandamon não segue a mesma proposta na sonoridade, aqui não temos um som divertido ou energético, e sim algo mais tranquilo e “passivo”. O Pandamon também se distancia da proposta do Gumiho, lá era um som mais voltado ao V-Shape (desenho em V), aqui temos um som mais relaxado e sem extremos.

Os graves do Pandamon em termos quantitativos. No meu perceber aqui, o nível ficou no moderado, e em algumas circunstâncias os graves se destacaram um pouco mais. Os graves tem presença suficiente pro fone não soar sem graça, entretanto, eu gosto de graves – e imagino que os bassheads também – então, a postura dos graves do Pandamon talvez não seja a melhor pedida para essa galera (inclusive eu). Em termos de sub-graves e médio-graves, o Pandamon vai se destacar mais na região dos médio-graves. Os sub-graves pra mim tem um leve decaimento (roll-off), mas é pouca coisa mesmo, embora sons mais profundos não chegam com tanto vigor e fisicalidade na apresentação. Os graves desse fone vai cair muito bem para gêneros mais acústicos, ou em que os graves não são uma região de tanto destaque (apesar que isso é sempre subjetivo).

Em termos qualitativos, os graves do Pandamon são “neutros”, definidos, “lineares”, limpos, coerentes. Você sente que eles prezam mais pela musicalidade do que pela simples vontade de empurrar massa de ar. Eu diria que o fone tem um impacto médio, nem tão forte, nem tão fraco, e as características também são um meio termo entre serem graves mais secos/delineados, e serem graves mais texturizados ou expansivos. Na prática, isso só vai ser possível de idealizar se você já ouviu fones com esses dois tipos de graves. Não são graves estrondosos, inchados, ou lamacentos, e também não invadem os médios. Certamente os graves do Pandamon conferem uma sonoridade mais quente à apresentação. Eu achei que houve uma “melhora” no qualitativo dos graves do Pandamon em relação ao Gumiho. Acho que foi mais a questão de que o Gumiho não me surpreendeu, porque como um fone que usa um driver diferente e dedicado exclusivamente aos graves, eu esperava mais. Aqui no Pandamon eu achei a proposta mais coerente.

Os médios do Panda. Os médios centrais tem a característica mais retraída e os médio-agudos tem uma presença mais comedida, com pouco destaque, por pouco não se tornou um fone de médios recuados. Isso é também uma das coisas que fazem o fone ter um timbre mais “quente” (grave). Caixa de bateria, vozes, saxofone, tudo fica muito mais envolvente e mais sedoso aqui no Pandamon. Ideal para quem busca médio-agudos mais relaxados, sem agressividade, a música fica de uma forma mais suave. Guitarras base em um Hard Rock, por exemplo, não tem aquele rasgado, aquele som cru e direto, como tem o NF Audio NA3, ou o TangZu ShiminLi.

Vozes. As vozes aqui nesse fone eu achei que as masculinas/graves tiveram um desempenho melhor do que as femininas/agudas. Já era meio que de se esperar, uma vez que o fone tem esse lado mais quente, e aí beneficia as vozes de timbres mais puxado pros graves. Mas abrir um parênteses para dizer que eu achei que ficou melhor com as vozes mais graves porém já ouvi fones que tiveram um desempenho até melhor com esse tipo de voz.

Os agudos do Pandamon em termos quantitativos. Honestamente foi uma região que eu achei que apresentou pouca presença, de fato é a que menos ressai no fone. Não que ele seja desprovido de agudos, não é isso, é na verdade porque ficou algo bem discreto, sem apresentar excessos ou picos em nenhum momento. Eu senti um pouco de decaimento (roll-off) aqui nas frequências mais altas, daí a extensão ficou um pouco comprometida. Diria que esse é um bom fone pra quem quer evitar agudos muito altos e fugir da fatiga auditiva. É preciso ressaltar que o Pandamon não vira um fone escuro (Dark) por causa disso, como havia dito, ele tem agudos, porém com uma quantidade mais baixa. Daria aí uma nota 5.8 de 0 a 10 (falando em quantidade).

Em termos qualitativos, os agudos são comedidos, suaves, refinados, agradáveis, isentos de coloração. A resolução eu achei boa/Ok, o arejamento faltou em alguns momentos, e o detalhamento eu achei bom/Ok (não se aproxima de um micro detalhamento). O brilho se apresenta de forma “coerente”, buscando estar mais próximo do “real”. Acredito que algumas pessoas talvez sintam que o fone poderia ter um pouco mais de brilho em algumas circunstâncias, mas por outro lado, pessoas que não curtem energia nos agudos podem se agradar. Não são agudos fatigantes, não são estridentes, não são afiados, e também não apresentam nenhum sinal de sibilância (nem com músicas que já tem um pouco de sibilância na gravação). Chimbais tocam suaves e sem rispidez, carrilhão não imprime coloração, pratos de condução (ride) não alfinetam.

Palco sonoro (soundstage). A sensação de palco sonoro eu achei boa/média. Ele tem um meio termo nas 3 dimensões: altura, largura e profundidade. Isso faz ele ser bom nesse quesito palco, mas ao mesmo tempo não o faz ser excepcional. O som não se apresenta de forma compactada, nem de forma tridimensional (num sentido de muita espacialidade).

Separação instrumental. A separação instrumental eu achei média. Eu achei que o fone teve um desempenho melhor em separar alguns instrumentos mais distintos ou distantes dentro das gravações, algo como instrumentos percussivos, tipo um chocalho ao fundo, e etc, mas aquele núcleo baixo, guitarra, bateria, e voz, eu achei que houve mais dificuldade de espaçamento entre eles. Ótimo exemplo para ouvir esses sons percussivos ao fundo é o trabalho do finado Ramiro Musotto no disco “Lenine – In Cité (Deluxe)(2020)” (lembrando que isso pode variar também de acordo com a gravação e outros processos durante a produção da música).

Driver Flex. O Pandamon é um fone com o alto-falante SPD (Square Planar Driver), já fiz uma nota sobre esse tipo de driver na introdução da review do Gumiho. De qualquer forma, é preciso verificar se tem presença de driver flex. Então, posso afirmar que o Pandamon não apresentou sinais de ruído de driver flex. Quem não sabe o que é driver flex, eu coloquei a explicação aqui nesse link.

Amplificação. Eu usei o DAC/AMP dongle Questyle M15 conectado ao meu notebook para fazer essa avaliação. A saída utilizada foi a 3.5mm SE e o dispositivo com seletor no modo “Low”, ou seja, sem ganho. Na minha opinião, o Celest Pandamon não necessita de amplificação extra para tocar legal. Assim como o Gumiho, o Pandamon pode vir a escalar um pouco em caso de uso com uma fonte mais potente, agora assim, eu fiz um teste colocando rapidamente o M15 no High Gain e pra mim a sonoridade apresentada não foi algo que fizesse eu preferir ouvir o fone no High Gain… retornei ao Low Gain que me foi mais satisfatório. A avaliação foi feita com os volumes em 30% e 35% dos 100% disponíveis pela escala de volume do Windows10.



Gosto é subjetivo, então aqui vai a lista dos estilos musicais que eu achei que combinaram mais com esse fone. Lembrando que foram apenas alguns gêneros testados e alguns poucos artistas. Se eu coloquei que combinou com tal estilo e outro não, não significa que você não possa ouvir o seu gênero musical preferido com este fone e adorar. Então, aí vai:

Combinaram:

POP
Jazz
Rock
Blues
Metal
Samba
Sertanejo
Clássica
Bossa Nova
Forró
MPB



Nem tanto:

Eletrônica
Hip Hop/Rap
Pagode
Reggae
Axé



Link da Playlist:


Gráficos por IanFann:




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