Música do Luís – O Início

Sempre gostei de música, e comecei a actuar em casa a partir dos 4 anos. Tocava uma espécie de bateria e cantava para a família e outras vítimas, que ainda por cima ainda tinham que pagar para me ouvir. Tinha também a colaboração de outros artistas, tal como a minha irmã Isabel e os meus amigos, para espectáculos mais sofisticados, incluindo algum teatro com cenários feitos por nós em cartão. Aqui está um programa de 1954:

Em 1959, com 13 anos, comprei a minha primeira viola. Comecei a aprender sozinho,  utilizando um livro “Como tocar viola em 24 horas” (ou seja, em 24 meses). Treinava até os dedos sangrarem.

Três anos mais tarde, com 16 anos, tinha o meu primeiro conjunto, mais ou menos a sério, os Baby Faces, constituído por  António Villar de Sousa (viola ritmo), Manuel Athouguia (viola ritmo), Diniz (bateria) e eu (viola solo). Aqui está uma fotografia de uma actuação em 1962:

A seguir fiz parte do conjunto Os Ecos, formado por Manuel Athouguia (viola ritmo), José Athouguia (bateria), António Sallaty (baixo) eu (viola solo). Tocámos em muitas festas e tivemos três actuações na televisão. Aqui está cópia de um contrato de 1963:

Também gravámos um disco, instrumental, produzido com uma tecnologia muito primitiva. Eis a etiqueta do disco:

Os Ecos fazendo uma demonstração das guitarras EKO na FIL em 1963

Em 1964/65, fiz parte do Conjunto Nova Onda, formado por Gonçalo Lucena (vocalista), Manuel Lucena (baixo), Jorge Moniz Pereira (viola ritmo),  Fernando Mendes (bateria) e eu (viola solo). Fomos à televisão, tocámos em muitas festas, e fizemos um cruzeiro de fim do ano à Madeira, no paquete Santa Maria, a tocar como conjunto de bordo (quando o barco inclinava para a esquerda toda a gente a dançar descaía para esse lado). Aqui está o bilhete da viagem em 1964 e fotografias do barco e de uma das actuações:

Em 1965 comecei a tocar com os The Saints, constituído por Luís de Freitas Branco (viola ritmo e voz), João Valeriano (baixo e voz), Alexandre Corte Real (bateria) e eu (viola solo). Depois, por impossibilidade do Alexandre, entrou o José Athouguia (bateria, que já tinha tocado comigo nos Ecos) e o grupo foi completado por outro amigo meu, o João Ferreira da Costa (teclas e voz). Faziam ainda parte da equipa o João Bragança e o João Vicente Ribeiro, que tratavam dos contratos.

Concorremos ao Festival Yé-Yé no Teatro Monumental, organizado pelo grande empresário teatral Vasco Morgado. Foi um grande evento, a que concorreram 100 conjuntos musicais de todo o País, escolhidos ao longo de quase um ano em várias eliminatórias, a que se juntaram 1 de Angola e 1 de Moçambique. Ganhámos sempre as eliminatórias em que participamos e ganhámos a final.

Antes da final, achámos conveniente mudar para um nome Português, tendo mudado para  Os Claves.

Depois de Os Claves, em 1967 comecei a tocar com a Pamela Murphy, com quem mais tarde me viria a casar,  formando o duo LP – Luis e Pamela.

Em fins de 1968, fui chamado para a tropa. Na recruta encontrei o meu amigo Alfredo Laranjinha, com quem tinha andado na escola, tendo aprendido juntos a tocar viola, e aproveitámos imediatamente para organizar um espectáculo de fim curso.

Após o período inicial, fui colocado no Porto, onde a primeira coisa que fiz foi ir a uma casa de instrumentos musicais dizer que estava interessado em tocar com algum grupo no Porto. No mesmo dia recebi um telefonema e comecei imediatamente a tocar baixo (que era o que eles precisavam)  e a cantar com o conjunto Walter Behrend, constituído por Walter Behrend (teclas), Italo Caffi (guitarra e flauta, ex pianista do Andrea Tosi), Jorge Guimarães (bateria) e eu (baixo). Tocámos em muitas festas no Porto e mesmo em Espanha, e gravámos um disco para a Alvorada, que incluía um original meu.

Após 1 ano cá, fui enviado 2 anos para Angola, onde estive sempre no mato. Mas isso não foi suficiente para parar a música. Organizei o conjunto The Tigers com o que havia, construímos nós próprios uma bateria, e o microfone e amplificador eram da única da única máquina sonora de projectar filmes que existia. Organizei  regularmente espectáculos localmente, e fui convidado para participar em espectáculos noutros locais.

Após regressar, voltei a tocar e cantar com a Pamela, que regressou de Inglaterra,  tendo-nos casado 2 meses depois e tendo sempre continuado a cantar juntos até agora.

Além disso, mais tarde participei também num grupo de Jazz, o Jazzamataz , com João Olias (teclas), Michel Mounier (bateria) e eu (baixo), e no grupo Rockfellas, com José Santos Fernandes (teclas e voz), Alfredo Laranjinha (viola ritmo e voz), Jaime Pereira (baixo e voz), Michel Mounier (bateria) e eu (viola solo e voz), que se mantém a tocar.