É duro, meu. É duro, depois de passar a tarde vendo o campeonato inglês, ser forçado, por dever de ofício, a ficar pregado na cadeira assistindo a essa longa e tediosa bobagem protagonizada por São Paulo e Novo Horizontino.
Mais útil e agradável seria continuar lendo as correspondências de George Orwell, o autor do já clássico 1984, uma profecia, não só no futebol como da vida das pessoas, quando nos gramados brasileiros iniciou-se esse Big Brothers que, sob seu olhar implacável, enquadrou nossos gramados como palco de um desfile de obviedades, com os jogadores feitos soldadinhos de chumbo, enquanto os nossos comentaristas e e treinadores se entregam à novilíngua prevista pelo escritor inspirado.
Ou, acompanhar uma dessas séries divertidas de tv, botar no som um velho disco de Carnaval pra gente ir se aquecendo, coisas assim, enfim.
O quê? O amigo quer saber do jogo, esse zero a zero sonolento do Morumbi?
Se bem espremido, pingam duas ou três gotas de emoção: aquele disparo de Petros, no início da partida, que se chocou com o poste depois de desviado pelo beque, a investida de Juninho, que driblou o goleiro Sidão e foi obstado no último gesto por Rodrigo Caio e, já no finalzinho da partida, o pênalti de Cleo em Caíque que o juiz não deu.
De resto, uma enfadonha tentativa de troca de passes errados, com predomínio estéril do São Paulo, y nada más, como no ponto final do bolero histórico.
Sim, Diego Souza estreou, não exatamente como o camisa 9 que ostentava, assim como Cueva entrou também no segundo tempo. E daí? Nada sobre nada.
Sim, sei bem que a temporada está só se iniciando e que os times grandes mal tiveram tempo de engraxar as chuteiras.
Mas, a culpa disso não é minha. Só descrevo o que vejo e sinto. E o que vejo e sinto é isso aí.
NA LINHA DO GOL
Mas, o que fez esse menino Sané, alemão de nascimento mas com os dois pés ancestrais na Mamma África como é de lei nesses casos? Recebeu a bola na intermediária do adversário, passou por dois, driblou outro e mais um, deu uma caneta no quarto e rolou pra Aguero marcar seu terceiro gol contra o Newcastle. O que fez? Fez o que era o trivial por aqui, nos tempos em que tínhamos pontas-esquerdas, canhotos, dribladores, chave de abertura de qualquer retranca plantada pelos Rafa Martinez da vida, que eles sempre houveram por esse mundão afora. Desde, sei lá, dos que vi, Canhoteiro e Mário do Corinthians, nos anos 50, passando por Edu, nos 60/70, Joãozinho do Cruzeiro, Mário Sérgio, Ronaldinho Gaúcho, Denílson Show – apenas alguns – até chegarmos a Neymar. Isso, sem falar nos que faziam igual estrago pela direita, como o símbolo maior, Garrincha, que está completando trinta e cinco anos de partida do nosso convívio.
A temporada está só começando mas em dois jogos de 6 pontos certíssimos o tricolor só ganhou um. É deveras preocupante…
Tricolor sendo tricolor de sempre. Sono, preguiça e tédio.
O elenco do SPFC é de 2a e treinador de 5a, Bruno Alves, Edimar, lucas Fernandes, Marcos Guilherme, Shaylon, todos eles não acrescentam nada de bom, tecnicamente desprovidos de qualidade, 2018 será repetição de 2017?
nao sera igual, sera pior !
Pelé divulgou uma foto inesquecível do seu acervo em homenagem a Garrincha, quando ambos jogavam juntos naquela maravilhosa seleção Bi campeã mundial de 62. O que me chamou à atenção além claro da constelação de craques, foi o local onde foi tirado a foto. Se não me engano em lambari sul de Minas. Pois foi lá mesmo onde costumo passar alguns poucos dias de férias no bucólico e aconchegante Park Hotel da família do seu Simas, que me contaram que essa mesma seleção treinou no pequeno estádio da cidade o qual visitei e senti muita emoção em saber que ali os maiores jogadores do futebol mundial de todos os tempos treinaram para ser campeões, embalados pelo trinar de centenas de canários da terra, golinhas, sabiás e sanhaçus que até hoje por lá revoam aos bandos. Hoje, se você perguntar a um jogador da seleção se já ouviu o canto do canário da terra , é bem provável que ele vai fazer cara de espanto e pergunte; qual o grupo de pagode dele?
Mestre, o que é possível ( nem possível ). Ele fez o corrupio como um volante de segunda divisão, ou será terceira divisão ? A indrumenstidade dos piancebólos se mede pela vilificação ! nem comigo, nem comigo ! e vamos continuar andando, vamos andando ! Eu achei um cigarro !
Penso que a segunda divisão será inevitável e pior, no Campeonato Paulista.
É o pior plantel de todos os tempos, com uma falta de coragem, com uma falta de comprometimento ímpares.
No que transformaram o S.P.F.C..
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Penso que do início dos noventa para cá os talentos futebolísticos escassearam e nunca vi tantos “Cabeças-De-Bagre”atuando no futebol profissional como no Brasil de hoje.Em paralelo,os cronistas esportivos da atualidade cuja faixa etária dos 30 aos 50 anos é predominante,passaram a conhecer o futebol justamente à partir do período decadente,e com freqüência,coroam estrábicos em terra de cegos.A especulação imobiliária derrotou a várzea,que por sua vez foi substituída por “escolinhas de futebol”.Mas já em 1933 no samba Feitio de Oração,Noel disse que “batuque é um privilégio ninguém aprende samba no colégio”. Desapareceu o moleque descalço dos campinhos das esquinas e dos terrenos baldios e, junto com ele,a irreverência e o talento.
Desde menino, olha que faz tempo, lá pelos 1965 por aí já escutava dos comentaristas, eram do rádio aquela época: futebol europeu que é o bom, objetivo (se referiam ao chuveirinhos na área) o futebol brasileiro não vale nada.
Gente, quando e que vamos aprender valorizar nosso futebol?