Começou nesta quarta-feira (12), o júri popular de Carlos Eduardo dos Santos, acusado de matar a menina Rachel Genofre, em Curitiba.
Rachel foi encontrada morta em novembro de 2008. O corpo dela foi achado com sinais de violência sexual dentro de uma mala na Rodoferroviária de Curitiba.
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O réu será julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado mediante meio cruel e ocultação do corpo. Carlos Eduardo dos Santos confessou o crime, de acordo com a polícia.
O julgamento acontece com portas fechadas porque o processo corre em segredo de justiça.
Do lado de fora do Tribunal do Júri, no Centro Cívico, poucas pessoas chegaram para acompanhar e prestar apoio à família de Rachel. Uma faixa foi levada pedindo Justiça pela menina.
O caso
Rachel desapareceu após sair da escola onde estudava, no Centro, no fim da tarde de 3 de novembro de 2008. Ela tinha nove anos na época.
O acusado pelo crime foi identificado onze anos depois, em 2019, com a ajuda de exames de DNA. A identificação aconteceu após o cruzamento de dados das polícias do Paraná, São Paulo e Distrito Federal.
Carlos Eduardo cumpre pena de 25 anos por outros crimes. Após a identificação, que aconteceu quando ele estava preso em Sorocaba, ele confessou à polícia que matou Rachel.
Segundo a acusação, o réu abordou a menina fingindo ser produtor de programa infantil de televisão no momento em que ela saia da escola.
Ele convenceu Rachel a acompanhá-lo até o endereço em que estava hospedado. À polícia, Carlos Eduardo contou que a menina queria avisar os pais, mas que ele a convenceu de que era melhor ela falar com eles depois.
Segundo o MP-PR, o réu cometeu atentado violento ao pudor e matou a criança por asfixia.
Conforme a Polícia Civil, além de matar Rachel, Carlos Eduardo vinha cometendo outros crimes há mais de 30 anos. O primeiro deles, em julho de 1985, conforme o delegado, foi abuso sexual contra uma menina de quatro anos na cidade de São Vicente, em São Paulo.
Investigação
O corpo de Rachel foi encontrado enrolado em lençóis dentro de uma mala na rodoviária dois dias depois do desaparecimento, com sinais de violência e estrangulamento.
As câmeras de vigilância interna do local não estavam funcionando.
Após o suspeito ser identificado, a polícia informou que diversas outras amostras de DNA foram analisadas ao longo dos mais de 10 anos de investigação.
No caso de Carlos Eduardo, a polícia afirmou que foram feitos dois exames, sendo um deles uma contraprova.
O que diz a defesa
O advogado de defesa de Carlos Eduardo dos Santos, Roberto Rodrigues, afirmou que a expectativa é que de que esclarecimentos sejam feitos ao longo do julgamento.
“Após mais de 10 anos de investigações finalmente teremos a oportunidade de prestar os devidos esclarecimentos à sociedade curitibana e colocar um ponto final nessa tragédia que permaneceu por anos sem qualquer solução”, disse o advogado.