LMA recebe “Sunday Show” no sábado | “As pessoas ficaram muito curiosas”

No próximo sábado, o Live Music Association recebe “Sunday Love”, um espectáculo de cabaret que tem celebrado o burlesco nos últimos 20 anos e que encerra um ciclo em Macau. Em jeito de festa de encerramento do show, membros da comunidade juntam-se aos artistas no palco da Coronel Mesquita

 

[dropcap]“S[/dropcap]unday Love” é o cabaret que tem dado vida ao burlesco em Portugal e levado ao palco performances artísticas há quase 20 anos. Quis o destino que Macau fosse o cenário final deste espectáculo, mais precisamente o Live Music Association (LMA). O momento está marcado para o próximo sábado, dia 15, pelas 22h.

“O lema deste espectáculo foi sempre o de convidar artistas para desenvolverem qualquer coisa a partir de um tema que lhes é dado”, começa por contar a directora artística e mestre de cerimónias, Mónica Coteriano, ao HM. Se no início os participantes eram essencialmente artistas, em pouco tempo o palco servia a todos os interessados. “À medida que se foi desenvolvendo, várias pessoas foram aderindo, sendo que havia interessados em participar que não era eram necessariamente artistas. Eram pessoas que iam ver o espetáculo e que depois vinham ter connosco a perguntar se no próximo podiam participar”, explica a responsável.

É com este espírito que “Sunday Love” é apresentado em Macau. No palco do LMA serão representadas “peças” preparadas por quem cá mora. “O desafio foi lançado à comunidade local – portugueses, macaenses, chineses, brasileiros, todos – que aderiu com uma panóplia de ideias”. Em suma, “o que aconteceu em Macau foi espectacular, até porque dado o tema, e tendo em conta o conceito de cabaret, as pessoas ficaram muito curiosas. A intenção é que cada um faça o que lhe der a real gana”, refere a Mónica Coteriano.

O resultado será um cabaret, para adultos, que conta com vários géneros artísticos e, acima de tudo, com muito boa disposição e surpresas várias.

Ainda assim, é um espectáculo estruturado em que “as apresentações se sucedem e são diferentes entre si”. Neste sentido, o público não sabe o que vai ver a seguir, o que o torna mais apelativo, considera a directora artística.

A juntar-se aos protagonistas locais, vem de Portugal o actor Gonçalo Ferreira de Almeida, a actriz Inês Nogueira e o maquilhador Jorge Bragada.

Final feliz

O “Sunday Love” nasceu em Portugal, no Bairro Alto pelas mãos do colectivo “Bomba Suicida”, em 2001. Mónica Coteriano faz parte do núcleo duro que, na altura, criou este cabaret que se foi desenvolvendo, sempre com o mesmo conceito. Mas, quase 20 anos decorridos, chegou a hora de dar lugar a outros projectos. Depois de um espectáculo no passado mês de Setembro em Portugal, e com a directora artística também responsável pela associação local “10 Marias”, “fazia sentido fazer o enterro em Macau”, referiu.
Paralelemente, o formato cabaret está a regressar em força, ocupando lugar de destaque em cartazes um pouco por todo o mundo e Mónica Coteriano acredita que Macau tem a atmosfera necessária para receber este tipo de expressão artística.

“O preconceito relativamente a este género de espectáculo já foi deixado de lado, ou pelo menos quero acreditar nisso”. Prova disso é a procura de bilhetes que tem sido, “felizmente, bastante grande”, comenta a directora artística do evento.

“Sunday Love” é um espectáculo para maiores de 18 anos apoiado pela Casa de Portugal e a Fundação Oriente. A responsável deixa ainda o alerta: “costumamos ser pontuais, e pedimos às pessoas para estarem no LMA às 22h”.

O que está para vir

Mónica Coteriano está à frente da associação “10 Marias”, uma entidade que se dedica à concepção e apresentação de espectáculo multidisciplinares.

Em mãos está agora um projecto que inclui Tó Trips dos Dead Combo, duas actrizes e uma videografa e que traz “a história dos navegadores que vinham para Macau, vista sob a perspectiva das mulheres que encontravam nos locais por onde passavam, e que eram as suas amantes”.

“Outra característica deste espectáculo em construção é a presença do maquilhador em palco que que vai transformando as participantes consoante vão mudando de país a que pertencem”, revela Mónica Coteriano.

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