Como diria o meu finado pai, o velho e bom Chico Fernandes de Oliveira, “só o peru morre na véspera”. Com todo respeito a memória paterna, às vezes não é bem assim. Vejam por exemplo os casos de dois técnicos do futebol brasileiro. De um lado, Rogério Ceni, noviço rebelde do São Paulo. De outro, o mestre Cuca do Palmeiras. Nesse sábado, os dois estarão frente a frente no clássico entre Tricolor e Verdão, às 19 horas, no Morumbi. Pela experiência, capacidade e títulos, os visitantes saem na frente com 1 a 0 no placar.

Diriam os mais céticos: “Mas técnico não ganha jogo”. Mentira, ganha sim. Eu mesmo cansei de ver, nos anos de 1960, Benê entrando no lugar de Flávio e virando o resultado para o Corinthians no último minuto. O mesmo acontecia com Fedato, em 1970, para o Palmeiras. Recentemente, o argentino Cristaldo virou ídolo no Allianz Parque, gols  incríveis. E de quem era o mérito? Claro do treinador que ordenava a substituição, de quem  mais?

Cuca tem feelling (intuição ou pressentimento). Como ocorreu quando sacou Borja e colocou Willian Bigode diante do valente Tucumán, na vitória de 3 a 1, pela Libertadores. Tudo bem. Rogério agiu da mesma forma diante do Avaí, pelo Brasileirão. Mandou embora Marcinho e colocou Luiz Araújo (garoto fez um golaço). No entanto, a vivência conta muito. Ajuda na hora de armar esquema tático, posicionar a zaga, ensaiar jogadas e escalar o time.

O chamado “Professor” precisa de tempo para aprender a cair e levantar, bater e apanhar, sorrir e chorar. Cuca, nesse sentido, está mais cascudo. Sem falar das “armas” à disposição: Borja, Bigode, Zé Roberto, Felipe Mello, Guerra, Fernando Prass, Mina, Jean, Tchê Tchê só para lembrar os mais, mais. Ceni, nada humilde, tem “tiro curto”, ou seja, Rodrigo Caio, Lucas Pratto e Cueva (quando o santo ajuda).

Duelo ao pôr do Sol ou seria ao nascer da Lua?

Palmeiras entra com 1 a 0 e cabe ao São Paulo correr atrás do prejuízo.

E tenho dito!