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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária Leiteira

A importância de fazer uma secagem de excelência

Período de secagem é extremamente importante para manter a saúde das glândulas mamárias durante toda lactação

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Rodrigo Nunes, consultor Técnico – Bovinos – da Bayer

A mastite é responsável por grandes prejuízos na lactação do animal, e, consequentemente, prejuízos ao produtor. A doença pode se apresentar de duas formas, a clínica e a subclínica, podendo custar R$ 615 por vaca ao ano. Mais de 50% das infecções clínicas que ocorrem nos primeiros 100 dias de lactação têm sua origem no período seco anterior, quando as bactérias conseguem entrar no úbere, porém a doença só se manifesta após o parto, durante a lactação.

O período de secagem é extremamente importante para manter a saúde das glândulas mamárias durante toda lactação. É um período estabelecido de 45 a 60 dias antes do parto, onde a glândula mamária passa por uma involução completa por influência hormonal, reiniciando a síntese do leite após o parto. A adoção de medidas de controle neste período é estratégica, pois é uma excelente oportunidade para o tratamento de infecções intramamárias existentes no momento da secagem. As taxas de cura destas infecções podem chegar a 70-90%. O tratamento de secagem também auxilia na prevenção de novas infecções durante o período seco, reduzindo cerca de 80% das novas infecções, além de reduzir a incidência de mastite clínica no pós-parto imediato.

Alguns cuidados com a vaca devem ser tomados no pré-parto. Estes animais possuem exigências especificas de conforto, como sombras, lotes bem divididos, espaço de cocho adequado, ambiente limpo e seco, controle sanitário, nutrição, fácil acesso a água limpa e fresca. É importante sempre avaliar o escore corporal dos animais, fator determinante na sanidade e produção.

O período seco é dividido em 3 fases:

 Fase 1: Involução ativa 

É a fase onde acontece a interrupção da ordenha no início do período seco. O leite se mantém no interior das cisternas e glândulas mamárias, aumentando o risco de crescimento bacteriano. Além disso, acontece a dilatação do esfíncter do teto, facilitando a entrada de microrganismos. Neste momento a capacidade de defesa imunológica da glândula mamária está baixa devido ao estresse sofrido, e pode acontecer uma possível introdução de bactérias durante o tratamento de secagem do animal.

Fase 2: Involução constante

Durante o período entre o final da 3ª semana de secagem até o 15° dia antes do parto, a quantidade de leite presente na glândula mamária é muito baixa, há pouca chance de penetração bacteriana ascendente e a concentração de anticorpos é alta, diminuindo o risco de infecções.

Fase 3: Colostrogênese

Nos 15 dias que antecedem o parto, a produção de colostro aumenta a pressão na glândula mamária, ocasionando risco maior de mastite clínica e subclínica no início da lactação. Em 3 a 5% dos animais acontece a dissolução do tampão do teto, que é uma importante barreira de proteção contra a entrada de microrganismos. Neste momento o antibiótico usado na secagem já possui pouca ação, e a imunidade está afetada devido às alterações metabólicas do parto.

Protocolo de tratamento

O protocolo de tratamento de vaca seca é essencial em animais leiteiros. No entanto, apesar do uso de antibióticos na secagem, aproximadamente 52% dos casos de mastite clínica causados por coliformes ocorrem em quartos mamários que foram infectados durante o período seco. Boa parte destas infecções ocorre porque a maioria dos antibióticos de secagem possuem ação antimicrobiana nas fases 1 e 2 do período seco, porém com eficácia reduzida na fase 3, que antecede o parto.

O selante interno de tetos é a principal ferramenta de prevenção de mastite no período seco aplicado em vacas leiteiras no momento da secagem. Consiste em um mecanismo que promove uma barreira mecânica impedindo entrada de microrganismos, auxiliando naturalmente na profilaxia da mastite.

Estudo

Em um estudo recente um pesquisador demostrou que o selante aplicado em associação com antibióticos de secagem reduziu em 48% o risco de mastite clínica na lactação subsequente, em comparação com vacas que receberam apenas o antibiótico intramamário. O grupo que utilizou selante apresentou uma redução significativa na Concentração de Células Somática (CCS) na lactação seguinte, comparado ao grupo controle. O grupo controle apresentou novas infecções e um maior índice de cronicidade no período inicial da lactação, mostrando que o selante, por promover uma barreira mecânica, faz com que o antibiótico tenha uma ação efetiva durante todo período de secagem, o que proporciona maior taxa de cura de animais crônicos. Também podemos ver neste estudo os benefícios que o selante pode trazer na secagem de novilhas: a utilização de selantes em novilhas aproximadamente 30 dias antes do parto diminuiu o risco de infecções intramamárias causadas por Streptococcus uberis e também o risco de mastite clínica até o 14º dia de lactação.

Devemos seguir alguns cuidados no momento da secagem para minimizar o índice de mastites, o que inclui a adequada assepsia durante o procedimento de secagem, higiene de ordenha e das instalações, sanidade geral do rebanho e monitoramento e manejo das vacas, particularmente durante os períodos de maior risco. Após a execução deste protocolo, suspender a ordenha e dar início ao manejo de período seco (nutrição, lotes, controles sanitários e antiparasitários).

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2019.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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