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Lavoura, maquinário, animais: chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam agropecuária

Antes das chuvas, IBGE estimava que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do Rio Grande do Sul cresceria 46,4% neste ano, em relação ao ano anterior, e passaria a responder por 13,3% do total nacional, encostando no Paraná.

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Foto: Divulgação/Concresul

As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul também afetaram a produção agropecuária. Mortes de animais, perda de lavouras e estragos à semeadura de pastagens de inverno são alguns dos danos provocados ao agronegócio do estado. Antes das chuvas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimava que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do Rio Grande do Sul cresceria 46,4% neste ano, em relação ao ano anterior, e passaria a responder por 13,3% do total nacional, encostando no Paraná.

O Rio Grande do Sul responde, por exemplo, por 70% da produção nacional do arroz. Em relação à soja, a lavoura do estado representou 8,4% do país em 2023 e, com o crescimento esperado para este ano, passaria a representar 14,8%, ficando atrás apenas de Mato Grosso.

O estado também se destaca na pecuária. Em 2023, ocupou a terceira colocação entre aqueles que mais abateram frangos e suínos. Foi também o quarto maior produtor de ovos e o quinto entre os produtores de leite.

Prejuízos

Ainda não há um quadro completo do prejuízo e, portanto, quanto isso afetará a estimativa feita anteriormente pelo IBGE. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, disse que os impactos foram diferentes em cada região.

No litoral, por exemplo, houve grande perda de lavouras de soja e alagamento de silos de arroz. “O litoral foi seriamente impactado na cultura da soja, que ficou embaixo d’água. Isso é perda total. Mas já pegou bastante adiantada a colheita do arroz, acima dos 70%, 80%, o que colocou o arroz a salvo, a não ser por algum silo que ficou com 1 metro de água em sua base”, afirmou Pereira.

Outra área com muitas perdas foi a região Central do estado. “Nos municípios da chamada Quarta Colônia – Santa Maria, Lajeado – a enchente levou praticamente tudo dos produtores. Não só a possível colheita, como também o maquinário e animais”.

No Norte do estado, o principal impacto para o agronegócio foram os danos à infraestrutura, que causam problemas no escoamento de produtos derivados de frango, suínos e bovinos e também na chegada de ração para esses animais. “A essa altura do campeonato, nessa região a água já baixou, mas [o setor] está paralisado. Alguns criatórios estão isolados, ainda sem a possibilidade de a ração chegar até eles. Os produtores de leite não conseguem chegar à indústria, às vezes essa indústria está submersa”, ressaltou Pereira.

O diretor técnico da Empresa de Extensão Técnica e Extensão Rural do estado (Emater-RS), Claudinei Baldissera, afirmou que o setor agropecuário gaúcho foi severamente afetado. O impacto só não foi maior porque, segundo ele, 76% da soja e 83% do milho plantados no estado já tinham sido colhidos. “A área cultivada de soja foi de 6,68 milhões de hectares, então isso significa dizer que ainda temos 1,6 milhão de hectares para serem colhidos. Provavelmente muitas lavouras nem serão colhidas. E a qualidade do grão daquelas lavouras que será possível colher certamente será muito baixa, com valor comercial prejudicado”, explica.

O período de semeadura de grãos de inverno, como o trigo e a aveia, produtos que têm o Rio Grande do Sul como um dos maiores produtores nacionais, ainda não começou, portanto não é possível saber se haverá impacto ou não nessas lavouras.

Segundo Baldissera, pelo menos o plantio de pastagens de inverno (que servem de alimento para o gado) foi prejudicado, uma vez que as sementes já estavam em período de germinação. “Acredito que ainda há tempo [para a semeadura]. Estamos perfeitamente dentro da janela de plantio, que acontece em junho, julho. Inclusive, este poderá ser um ano interessante para a lavoura de trigo e outros cereais de inverno. Mas, claro, houve, sim, algum estrago laminar [do solo], uma erosão e uma voçoroca que apareceu”, explicou Pereira.

Impacto no abastecimento de produtos alimentícios

Apesar do peso do Rio Grande do Sul na agropecuária nacional, nem Pereira nem Baldissera acreditam que haverá grandes impactos no abastecimento de produtos alimentícios para o resto do país. “Pelo tamanho do agro no Brasil, pelo tanto que se cultiva, não acredito que haverá impacto severo [no abastecimento]”, afirmou.

Pereira advertiu, no entanto, que pode haver algum impacto no fornecimento de arroz e, em um curto prazo, da carne de frango. “De qualquer maneira, temos estoque suficiente [de arroz] para chegarmos à próxima safra”, disse o presidente da Farsul. “Pode ter algum impacto na avicultura. A indústria do frango ficou um pouco abalada, esperamos que de forma temporária. Aí pode ter sim algum tipo de abalo, no curto prazo, porque acreditamos que isso possa ser rapidamente restabelecido, uma vez que é uma indústria muito ágil”.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se reuniu na terça-feira (07), por videoconferência, com 111 sindicatos rurais e com a Farsul. A Federação gaúcha apresentou algumas demandas para ajudar o setor agropecuário do estado a lidar com os estragos.

Entre as reivindicações da Farsul estão a prorrogação das parcelas de custeio, investimento e comercialização, além de crédito para a reconstrução da estrutura produtiva e para permitir redução da alavancagem com credores, com juros mais baixos e de forma simplificada.

O Ministério da Agricultura, por sua vez, anunciou que importará até 1 milhão de toneladas de arroz para abastecer pequenos mercados, em periferias das cidades e nas regiões Norte e Nordeste, a fim de evitar aumentos de preços resultantes de problemas no escoamento e perdas nas produções do cereal.

Fonte: Agência Brasil

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3ª edição do Espaço BioInova incentiva produção e utilização de bioinsumos na agricultura brasileira

Evento que integra os vários atores da cadeia dos insumos biológicos recebe iniciativa da Rede de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária.

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Foto: Divulgação/Mapa

Para incentivar a produção e o uso de bioinsumos no Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu, entre terça (28) e quarta-feira (29), em Campinas (SP), a 3ª edição do Espaço BioInova – um ambiente de debates, palestras, congressos técnicos e científicos para integração entre produtores, pesquisadores, startups, investidores, setor privado, academia e governo. O espaço foi disponibilizado no BioSummit 2024, considerado o maior evento de insumos biológicos da América Latina.

O BioInova é uma iniciativa da Rede de Inovação em Bioinsumos, idealizada pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa. O objetivo é estimular conexões entre os diversos atores envolvidos para promover oportunidades de inovação em torno da produção e uso sustentável dos insumos biológicos.

Nesta edição, os participantes expuseram suas linhas de atuação, bem como possíveis soluções propostas para as demandas apresentadas pelo setor. As atividades do BioInova foram programadas para gerar um ambiente de parcerias, projetos e negócios com foco em práticas sustentáveis e agregação de valor, de modo a promover avanços significativos para a agricultura e pecuária.

Segundo o diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária, Alessandro Cruvinel, o evento vem se consolidando desde o ano passado e, dessa vez, teve como diferencial a atuação de instituições como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) e a Associação Brasileira das Indústrias de Bioinsumos (ABINBIO).

“As entidades trouxeram oportunidades de mentoria para interessados em acessar as linhas de financiamento e, também, espaços para estabelecimento de futuras parcerias. Em 2024 foram disponibilizados mais de 500 milhões de reais em recursos para projetos de agricultura, e a área de bioinsumos obteve uma linha específica em fluxo contínuo, construída pelas articulações entre o Mapa e a Finep”, destacou Alessandro.

A programação incluiu apresentações de técnicos do Mapa, de especialistas da Finep, da Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii) e do Sebrae. E, ainda, workshops e atividades de mentoria para elaboração de projetos, arranjos e soluções.

Espaço BioInova

A primeira edição do evento foi realizada durante o 23º Simpósio de Controle Biológico em julho de 2023, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), e apresentou a capacidade da rede para engajar o ecossistema de inovação nacional em bioinsumos. A segunda edição, por sua vez, ocorreu em Foz do Iguaçu (PR), no mesmo ano, no 32º Congresso Brasileiro de Microbiologia, no qual foi abordada a bioinovação na agropecuária. A terceira edição, promovida neste maio de 2024, chegou a Campinas (SP), para ampliar a compreensão sobre os meios para financiamento de projetos voltados à produção de itens para controle de pragas e doenças, fertilizantes, estimulantes e outros insumos de base biológica.

O movimento e as oportunidades do BioInova seguem disponíveis na Rede de Inovação em Bioinsumos, que pode ser acessada clicando aqui.

Fonte: Assessoria Mapa
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Notícias Defesa agropecuária

São Paulo treina agentes para emergência zoossanitária em caso de gripe aviária

Participantes do Mapa e do governo estadual avaliam como fundamental a capacitação prática e teórica de todos os envolvidos; houve simulação de caso real.

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Servidores públicos do Estado de São Paulo passaram por um treinamento nesta semana que os preparou para agir em situação de ocorrência de caso de influenza aviária, conhecida como gripe aviária, na região. A capacitação, que incluiu na metodologia a simulação de caso real, foi bastante elogiada pelos participantes.

O Brasil não tem nenhum caso de influenza aviária registrado em granjas comerciais. A atuação da Defesa Agropecuária do Mapa, em sintonia com os Estados, tem sido essencial para manter o país livre da doença. Missões internacionais têm visitado o país para verificar o sistema de controle brasileiro.

Fotos: Divulgação/Mapa

O treinamento foi promovido pela Superintendência de Agricultura e Pecuária em São Paulo (SFA-SP), que é a representação do Mapa no Estado, em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e Instituto Biológico (IB), ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo, com a Associação Paulista de Avicultura (APA) e com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ/USP). A capacitação ocorreu na faculdade.

De acordo com o chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Animal (Sisa-SP), Esequiel Liuson, o treinamento em emergência zoossanitária foi teórico e prático. O objetivo foi promover a capacitação dos servidores do Mapa e do Serviço Veterinário Estadual (SVE) para atendimento de casos suspeitos e respostas rápidas a eventuais focos da doença. O Sisa é vinculado à SFA-SP e foi o setor responsável pela organização.

A ação levou em conta a Portaria Mapa nº 587, de 22 de maio de 2023, que prorrogou por tempo indeterminado a Portaria Mapa nº 572, de 29 de março de 2023. Esta última havia declarado estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, em virtude da ocorrência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves silvestres.

Assim, essa capacitação do Serviço Veterinário Oficial (SVO) para as atividades referentes aos atendimentos de casos suspeitos, procedimentos de segurança pessoal e enfrentamento à emergência sanitária é de fundamental importância para controle e resposta eficaz aos eventuais focos em animais silvestres e aves comerciais.

“O treinamento foi muito bom, todos saíram bastante satisfeitos, tiveram a oportunidade de aprender as técnicas de coleta e realizar a parte prática. Também puderam realizar a necropsia de algumas aves silvestres e conhecer as particularidades das espécies. Foi uma oportunidade única”, disse Miriam Sasaki, agente de inspeção do Sisa-SP.

Uma das intervenções mais interessantes foi da professora Tânia Raso, da USP. Ela apresentou a influenza aviária, com enfoque bastante técnico e científico da doença, contribuindo para o aprofundamento do assunto. “Esse evento representou muito bem como devemos estar bem-preparados para o atendimento de uma emergência. Já a própria organização representou isso, precisamos estar unidos (serviços veterinários, instituto de pesquisa, academia e a iniciativa privada) para defender a sanidade avícola paulista”, disse Miriam.

O capitão Fillipin, da Polícia Militar de São Paulo, abordou o preparo para a situação de emergência e o sistema de comando de incidentes. Colocado de forma prática, possibilitou que os participantes simulassem uma situação real.

O chefe da Divisão de Defesa Agropecuária (DDA-SP), da SFA-SP, Fabio Paarmann, apresentou a atuação da comissão de avaliação e sacrifício com foco na legislação, trazendo bastante clareza em relação à legislação, composição e atuação.

Paulo Blandino, gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola, e Izabelle Cordeiro, epidemiologista da CDA, apresentaram a atuação do órgão no estado, “um trabalho muito bem feito que remete a toda a segurança do preparo de São Paulo para uma eventual emergência no plantel comercial”, segundo Miriam. A agente de inspeção do Mapa, que é veterinária, destacou a importância da educação sanitária e de como ela pode ser eficaz na prevenção da gripe aviária.

“Achei muito importante a reciclagem. Como veterinários, nós temos a base, mas diferenciar nos animais as diversas partes dos sistemas, especialmente as de interesse para o diagnóstico, foi imprescindível para se ter mais segurança na coleta de material. E a possibilidade de estudar e diferenciar algumas espécies silvestres foi ímpar”, disse a participante Luciana Moura.

Para a veterinária Izabelle, “as palestras foram todas excelentes”. Já a professora Tânia também gostou do resultado: “Fiquei feliz que todo mundo aproveitou bastante. Agradeço a confiança e estamos sempre à disposição do Mapa”, disse ela.

Fonte: Assessoria Mapa
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Notícias Tecnologias sustentáveis

Ministro da Agricultura trata sobre energia renovável e inteligência artificial com representantes americanos

Em reunião foram destacados os potenciais do Brasil sobre a transição energética sustentável.

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Foto: Divulgação/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com representantes da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) para o debate sobre cooperação bilateral com os Estados Unidos (EUA) sobre energia, sustentabilidade, comércio e investimentos nesta semana em Brasília (DF).

Na ocasião, os representantes das iniciativas americanos apontaram a importância da parceria entre o Brasil e os Estados Unidos na produção e uso do biodiesel, com enfoque na inclusão produtiva e no desenvolvimento rural sustentável, via geração de emprego e renda, além dos potenciais brasileiros sobre a transição energética. Também foi pontuado o uso da inteligência artificial (AI) na agropecuária brasileira e como ela pode aumentar a competitividade do país.

O ministro Fávaro destacou que o Brasil e os EUA são grandes players dos combustíveis renováveis. “Sabendo do protagonismo que temos, tanto na produção de alimentos como na produção de combustíveis renováveis. O Brasil e os Estados unidos não podem ficar de costas um para o outro, pelo contrário devem operar juntos para oferecer biocombustíveis para o mundo”.

No encontro também foi ressaltado os 200 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos, a data foi celebrada no último dia 26 de maio.

Participaram da reunião o Diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira; o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto; e demais representantes do setor de energia renovável e tecnológico americano.

Fonte: Assessoria Mapa
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CBNA – Cong. Tec.

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