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Bovinos / Grãos / Máquinas

Cigarrinha na pastagem reduz produção em até 4 litros/dia/vaca, afirma pesquisador

Estratégias adequadas de manejo permitem que produtor não tenha perdas com nutrientes nas pastagens, além de perdas em litros de leite/dia

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Parte básica da produção de bovinos, a pastagem também merece uma atenção especial. Oferecer aos animais uma alimentação balanceada e rica em nutrientes é essencial para quem busca por uma produção de excelência. Para falar um pouco da importância desta atenção redobrada que é preciso ter, o doutor Leandro do Prado Ribeiro, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar/Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Cepaf/Epagri), falou sobre “Manejo integrado de pragas – MIP: ênfase em insetos-praga de pastagens perenes de verão” durante o 7º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, que aconteceu entre os dias 07 e 09 de novembro em Chapecó, SC.

Tomar cuidados básicos de manejo de pastagens para uma boa alimentação é essencial nas fazendas. “Para fazer o correto manejo de pragas é preciso identificar o problema chave, avaliar os inimigos naturais, ver os efeitos dos fatores climáticos, o controle populacional e técnicas de amostragem: como qual o nível de infestação, quanto controlar, o que controlar. São pontos essenciais para decidirmos ou não pela terminação do sistema”, enfatiza Ribeiro.

De acordo com o profissional, a maior ocorrência de pragas em pastagens está associada a maiores temperaturas e maior crescimento de pastagens perenes de verão. “Nós temos aqui na região Sul um problema sério de cigarrinhas, que começa em setembro e se estende até março, dependendo da temperatura que ocorre o verão”, conta. Ele explica que estas cigarrinhas causam sérios problemas na pastagem, já que como se alimenta dela, causa danos e tiram os nutrientes necessários aos bovinos.

Ribeiro destaca que mesmo na ausência de insetos o efeito da infestação de cigarrinhas continua no segundo período de crescimento das plantas. “O crescimento das pastagens também é comprometido, ou seja, tivemos um problema de cigarrinhas lá em novembro, mas o efeito dela, mesmo se tivermos uma boa intervenção, não vai ser somente naquele ciclo de crescimento. O efeito vai ser persistente ao longo de todo o crescimento da forragem”, conta. E ainda por conta da infestação das pragas, o profissional informa que há não somente diminuição significativa na matéria seca, mas também uma redução considerável no número de proteína, teor de fibra e níveis de nutrientes. “Ou seja, o pasto fica pobre nutricionalmente”, afirma.

Os prejuízos deste efeito são vistos com facilidade, assegura Ribeiro. “A redução de produtividade fica em três a quatro litros de leite por vaca por dia”, diz. O problema se acentua porque com o pasto totalmente seco muitas vezes as vacas rejeitam aquela alimentação”.

Ribeiro destaca que o produtor precisa estar atento todos os dias quanto a possível infestação de cigarrinhas, isso porque quando a praga se alimenta o efeito na planta só é observado de 13 a 21 dias após a alimentação. “Quando o pecuarista verificou o pasto danificado já ocorreu a alimentação e os insetos já estão na fase adulta, quando iriam morrer naturalmente”, conta.

Time de Manejo

O profissional destaca que é importante que o produtor tenha time de manejo. De acordo com Ribeiro, a partir de setembro até o início de maio é o primeiro ciclo populacional das pragas, que é menor. “Este é geralmente o efeito dos ovos que foram depositados antes do inverno”, conta. Há ainda o segundo pico populacional, que pode ser de 50 cigarrinhas por metro quadrado. “Aí já é um ponto crítico”, afirma. Ribeiro diz que se o produtor conseguir posicionar uma estratégia, considerando que a taxa de população das cigarrinhas não ocorre a mais de 50 a 100 metros, ele já conseguiria reduzir o maior problema que ocorre nos meses de novembro, dezembro e janeiro.

Aplicação Errada

Outro ponto destacado pelo profissional e que ele reitera ser importante para o time de manejo é quanto à aplicação de inseticidas para acabar com as pragas. “Acredito que 90% das aplicações usadas para controle de cigarrinhas são feitas no momento inapropriado. Com isso temos um problema com desiquilíbrio do ambiente, além de estar jogando o produto fora e contaminando o meio ambiente”, comenta.

O profissional explica que essa aplicação errônea acontece, principalmente, por conta do produtor somente se preocupar quando vê a forragem já em um grave estado. “Quando vê a forragem queimada então somente vai buscar ajuda do técnico, ver qual defensivo ele precisa utilizar”, diz. Ele explica que isso é um problema por conta dos danos demorarem para aparecer. “Você vai estar pulverizando para matar o animal velho, que já depositou, já se alimentou, já causou danos no primeiro e segundo ciclo da forragem, já comprometeu a pastagem. Você somente vai estar jogando inseticida no ambiente”, afirma.

Ribeiro reitera que é importante fazer o monitoramento das pastagens para saber o momento certo do controle. Ele diz que o time é tão importante quanto se preocupar quando o dano já está estabelecido. “95% dos produtores estão jogando produto fora, contaminando o ambiente, porque no período em que ele está fazendo a aplicação o inseto já depositou, se alimentou, ingeriu a toxina e no próximo ciclo populacional será mais alto. A situação acaba agravando o problema quando deveria haver uma redução no impacto de pragas”, afirma.

Contaminação de Pragas

Uma forma muito comum de ter pragas nas pastagens é quando há uma área de plantação ao lado. “Vizinho ao pasto há milho com maturação fisiológica. Neste caso há infestação de mariposas. Como no milho elas não terão o hospedeiro preferencial para se alimentar, elas vão para um alternativo, que é a pastagem”, conta. Ele explica que no milho a mariposa tem um efeito de canibalismo, pela baixa quantidade de alimento que há para todos os animais. “É uma população que pode chegar a duas mil pragas, mas na segunda ou terceira semana há esse ato de canibalismo, por competirem pelo mesmo sítio”, diz.

Porém, como nas pastagens há alimento disponível para todas e com boa qualidade, não vai existir a necessidade de uma comer a outra. “No milho, no final irá sobrar uma, duas lagartas. Mas na pastagem sobram todas. E aí temos um nível de população de até mil lagartas por metro quadrado”, conta.

Estratégias de Manejo

Ribeiro afirma que é preciso que o pecuarista busque diferentes tipos de integrações e estratégias de manejo. “Utilizamos a preservação natural, resistência de plantas, manejo de altura do pastejo, pastagem diversificada e adubação equilibrada”, comenta. Ele conta que quanto mais aumenta a dose de nutrientes, mais aumenta o desenvolvimento de cigarrinhas. “A adubação desequilibrada que acontece favorece em muito o desenvolvimento das pragas”, diz.

Uma estratégia sugerida pelo profissional é a utilização do controle biológico de pragas, com fungos e patógenos. “Você solta isso no ambiente e ele pode atacar a cigarrinha, proporcionando um controle biológico no ambiente. É um agente que faz um papel de graça para nós e é fundamental se quisermos estabelecer o equilíbrio e ter um manejo mais efetivo no campo”, afirma. Ele ainda destaca que o manejo integrado de pragas é essencial se o produtor quiser criar algo um pouco mais estável e sustentável. “Precisamos fazer isso de uma forma ou de outra, a não ser que queiramos agravar o problema”, entende.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas

Setor lácteo da região Sul apresenta plano de competitividade

Obetivo é que setor produtivo e a indústria atinjam um padrão máximo de eficiência e acessem o mercado externo. Reunião também empossou novos dirigentes da CT de Bovinocultura de Leite da Faep.

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O setor lácteo dos três Estados da região Sul deve concentrar esforços, ao longo dos próximos anos em superar dois desafios: atingir um padrão máximo de eficiência e acessar o mercado externo de forma considerável. As diretrizes fazem parte do “Plano de Desenvolvimento da Competividade Global do Leite Sul-Brasileiro”, da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB). O projeto foi apresentado por Airton Spies, consultor da ALSB, em reunião da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Leite da Faep, realizada na terça-feira (28), na sede do Sistema Faep/Senar-PR, em Curitiba (PR).

Fotos: Divulgação/Faep

“A cadeia do leite é importantíssima, por ser um alimento de máxima importância a todos os seres humanos, e por sua importância social, já que não temos um local em que não haja produção leiteira”, disse o diretor-secretário do Sistema Faep/Senar-PR, Livaldo Gemin, na abertura do evento. “Temos aqui representantes do governo, da indústria e dos produtores, dos três Estados do Sul. Temos que concentrar esforçar para superar essa condição, de ter que vencer uma crise a cada ano. Temos que nos unir, com foco na competitividade do nosso setor”, completou Ronei Volpi, então presidente da CT de Bovinocultura de Leite da Faep.

O plano apresentado é resultado de nove anos de debates e ideia surgidas ao longo de reuniões da ALSB. Alguns alertas fizeram com que os elos da cadeia produtiva se mobilizassem. O primeiro deles diz respeito à estagnação da produção. Entre 2000 e 2014, a produção de leite no Sul aumentou 104%, chegando a 25 bilhões de litros processados pela indústria. Desde então, no entanto, a produção vem andando de lado. Além disso, nos últimos anos, o setor tem enfrentado sucessivas crises. A mais recente, relacionada à importação maciça de leite de países do Mercosul. Acesse o documento na íntegra

Hoje, o Sul produz 40,7% do leite consumido no país, embora a região contenha 15% da população brasileira. Ou seja, boa parte dos lácteos produzidos por Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já são destinados a outras regiões. O problema é que o mercado interno já está saturado. Outro problema é que a produção de outros países também é uma ameaça. Países como Uruguai e Argentina, por exemplo, conseguem que seus produtos cheguem ao Brasil a preços até 10% menores, mesmo com o custo logístico da exportação. “Nosso grande desafio é ampliar a competitividade do nosso produto e ganhar mais mercados. Se produzirmos um litro de leite a mais, esse litro terá que ir para fora. Isso é um dilema para nós. Temos a necessidade de chegar ao mercado global, porque só o mercado interno não representa o nosso potencial”, aponta o consultor da ALSB, Airton Spies.

Entre os gargalos identificados pela ALSB estão a baixa eficiência agronômica e zootécnica no campo, o baixo rendimento industrial do leite, a alta volatilidade nos preços e entraves logísticos, desde a questão energéticas até a infraestrutura rodoviária. Por isso, o plano se foca na superação desses gargalos, com foco na eficiência. Para Spies, esse cenário vai fazer com que apenas produtores e empresas eficientes permaneçam na atividade. Outro ponto decisivo é que o setor se debruce sobre os próprios números, com objetivo de otimizar processos e reduzir os custos de produção. Só a partir da excelência é que os lácteos da região Sul poderão se impor no mercado internacional e rechaçar o produto estrangeiro.

“Para sermos competitivos temos que ser eficientes para baixar custos e termos uma logística eficaz”, resumiu Spies. “Precisamos de união, continuar sentados e conversando. A cada reunião, damos um passo à frente. Ainda temos um degrau para chegar ao mercado internacional, que é a redução de 20% dos custos de produção. Precisamos resolver isso. Mas quando resolvermos, o céu será o limite”, concluiu.

Aliança Láctea Sul Brasileira

A Aliança Láctea Sul Brasileira foi criada em 2014, para se constituir num fórum público-privado para harmonizar e fomentar o desenvolvimento produtivo, industrial e comercial do setor lácteo do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O colegiado surgiu a partir de esforços conjuntos dos três Estados, que, juntos, se consolidam como a principal bacia leiteira do país.

Novos dirigentes tomam posse
Durante a reunião, um momento solene marcou a posse dos novos dirigentes da CT de Bovinocultura de Leite da Faep. Eduardo Lucacin, médico veterinário e produtor em Mariluz, assume a presidência, e Roger van der Vinne, médico veterinário e produtor em Carambeí, a vice-presidência. Além disso, a composição do colegiado ganhou novos membros, com destaque para um aumento significativo na representação feminina. Antes, havia apenas uma mulher no grupo, agora são sete.

Ronei Volpi, Lisiane Rocha Czech, Eduardo Lucacin e Roger van der Vinne durante a posse dos novos dirigentes

“Em 27 anos de profissão, esse é o cargo que mais me honra. É uma função de grande responsabilidade, principalmente depois do Dr. Ronei, que nos deixa um exemplo de vida e dedicação pela cadeia do leite. Por outro lado, é um desafio que fiquei honrado e feliz em aceitar. Vamos trazer renovação e manter esse padrão de trabalho feito até hoje”, afirmou Lucacin.

Após 30 anos à frente da CT, Ronei Volpi deixa o cargo e passa a ser consultor do colegiado, com intuito de ajudar na transição dos novos dirigentes. Volpi é reconhecido como uma grande liderança do setor de leite no Paraná e no Brasil. Ele foi um dos idealizadores do Conselho Paritário de Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), primeiro colegiado do tipo no país, e teve papel fundamental na criação da Aliança Láctea Sul-Brasileira, que reúne representantes dos três Estados da região. Atualmente, Volpi é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Características da cadeia do leite
O gerente de Cadeias Produtivas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Hernani Alves, apresentou os resultados preliminares de um levantamento realizado pela instituição sobre a caracterização socioeconômica e tecnológica dos estabelecimentos leiteiros no Paraná. O trabalho foi uma demanda da Aliança Láctea.

Hoje, o Paraná é o segundo maior produtor de leite do país, com 4 bilhões de litros de leite por ano, o que equivale a 13% da produção brasileira. A pecuária de leite é a principal atividade em 32 mil propriedades rurais do Paraná – número que serviu de embasamento para a pesquisa realizada com os produtores rurais. O nível de confiança do levantamento realizado pelo IDR-Paraná é de 95%.

Segundo os dados apresentados na reunião, 80% dos estabelecimentos produzem até 500 litros de leite por dia, enquanto 20% das propriedades produzem 76% do leite do Paraná. Na avaliação de Alves, esses números ratificam o que foi dito por Spies em sua apresentação, sobre as exigências do setor que farão com que apenas produtores e empresas eficientes permaneçam na atividade.

Praticamente não há mais sazonalidade na produção de leite paranaense, da qual 49% são entregues nas cooperativas e 44% em laticínios privados. Até mil litros por dia, é uma atividade majoritariamente familiar. Além disso, 54% dos produtores de leite são membros efetivos de alguma cooperativa, enquanto 28% participam de associações de produtores.

Os produtores de leite que participaram da pesquisa também apontaram o que consideram serem os principais desafios da atividade nos próximos cinco anos. As questões mais citadas foram o alto custo de produção (75%), baixa lucratividade (70%) e falta de valorização da atividade leiteira (48%).

Entre os planos para a propriedade leiteira elencados pelos produtores, estão o aumento da produção diária (55%), melhoramento genético do rebanho (44%), aumento do rebanho (35%) e investimento em novos equipamentos e automação (20%).

Fonte: Sistema Faep/Senar-PR
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Castro

Cooperativas vão investir mais de R$ 450 milhões em nova fábrica de leite em pó no Paraná

Investimento será feito pelo grupo Unium, que reúne as cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, e tem como objetivo atender ao crescimento na produção de leite no Estado. A previsão é que a unidade processe mais de 1 milhão de litros de leite para a produção de leite em pó por dia

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O grupo Unium, que reúne as cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, vai investir mais de R$ 450 milhões em uma nova fábrica de produtos lácteos em pó, em Castro, nos Campos Gerais. O anúncio foi feito em reunião de representantes do grupo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta segunda-feira (27).

A previsão é que a unidade processe mais de 1 milhão de litros de leite para a produção de leite em pó por dia. “Este é um investimento importante que fomenta a geração de emprego, sobretudo na região de Castro, fortalece a agricultura familiar e consolida o papel do Paraná como este supermercado do mundo, processando o produto e agregando valor a ele fazendo leite em pó e outros produtos”, afirmou Ratinho Junior.

Fotos: Gabriel Rosa/AEN

O investimento atende ao aumento na produção de leite dos cooperados do grupo, que cresce entre 8% e 10% ao ano. Em 2023, o grupo Unium ultrapassou a marca de 1 bilhão de litros de leite captados ao longo de todo o ano, o que significa uma produção diária de cerca de 2,8 milhões de litros, sendo o segundo maior produtor do Brasil. “Com muito conhecimento e tecnologia, os produtores têm aumentado suas produções ano a ano. Nós, como cooperativas, precisamos estar à frente deste crescimento, nos preparando para receber esta produção, por isso estamos liderando este desafio de ampliar nossas indústrias com uma nova planta de leite em pó”, afirmou o presidente da Castrolanda, Willem Bouwman, que compõe o grupo Unium.

De todo o investimento, cerca de R$ 14,5 milhões já foram realizados pelo grupo para o projeto da planta. Outros R$ 450 milhões devem ocorrer até 2028, quando está prevista para entrar em operação.

Atualmente, o grupo Unium já conta com fábricas em Castro e Ponta Grossa, ambas com capacidades produtivas de cerca de 1,5 milhão de litros diários cada, além de uma unidade em Itapetininga, no interior de São Paulo, com capacidade de produção diária de 1,3 milhão de litros de leite.

As unidades produzem leite em pó, leite em caixa, queijos, creme de leite, leite condensado e produto concentrado proteico, entre outros.

Esta produção envolve mais de 700 produtores de leite em dezenas de municípios da região, além de gerar quase 1,2 mil empregos diretos e três mil indiretos.

Protagonismo

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Em 2023, foram 3,6 bilhões de litros produzidos no Estado, o que representa quase 15% de toda a produção nacional. Já

Castro é a cidade com a maior bacia leiteira do País, com mais de 400 milhões de litros de leite produzidos anualmente. “Castro é uma referência na produção de leite. Por isso é motivo de muito orgulho ver um investimento como este, fortalecendo a vocação local do município e da região”, disse o governador.

Presenças

Também estiveram presentes na reunião os secretários de Fazenda, Norberto Ortigara, e da Agricultura e do Abastecimento, Natalino de Souza; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o deputado estadual Moacyr Fadel; o superintendente de Operações Lácteas da Castrolanda, Edmilton Aguiar Lemos; o gerente contábil da Castrolanda, Junior Zub; o gerente da Expo Center Castrolanda, Gustavo Vigano, entre outros membros da diretoria da cooperativa.

Fonte: AEN-PR
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Bovinos / Grãos / Máquinas

“Protocolo Natural” reúne desempenho e lucratividade no confinamento

Técnica consiste na utilização organizada de aditivos naturais com função específica e efeito fisiológico conhecido.

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Foto: Divulgação/Salus

Produzir de forma sustentável é a grande demanda da atualidade. Nesse contexto, a produção de carne bovina está atravessando um momento de grandes mudanças. Além dos desafios com os quais o setor já está acostumado a lidar, como o ciclo pecuário, desafios de remuneração da atividade e eventos climáticos, por exemplo, adicionam-se às pressões a redução do impacto ambiental e a produção sem o uso de antibióticos.

Para alcançar patamares cada vez mais altos de exigências de desempenho, bem como conciliá-los ao bem-estar sanitário dos animais que são desafiados a dietas altamente energéticas, uma série de aditivos e estratégias nutricionais vêm sendo usadas. Que o boi não é só rúmen, a gente já sabe, mas fica nítido cada vez mais a importância de analisarmos o intestino destes incríveis seres vivos que são máquinas de transformar coprodutos em carne (graças ao rúmen). Afinal, esse boi tem exigências e necessidades intestinais que precisam ser atendidas para se alcançar os incríveis parâmetros de eficiência biológica que almejamos.

Fotos: Shutterstock

A pesquisa acadêmica associada ao trabalho dos técnicos de campo, que retroalimentam o sistema de informações, vem cada vez sendo mais importante para avaliarmos os resultados do que chamamos de “Protocolo Natural”.

O “Protocolo Natural” consiste na utilização organizada de aditivos naturais com função específica e efeito fisiológico conhecido. A utilização sinérgica destes produtos na concentração e momento certo proporciona um incremento de desempenho espetacular, provando que mesmo quando confrontado com os tradicionais protocolos de ionóforos e antibióticos, o uso arquitetado das tecnologias não antibióticas pode ser mais eficiente zootecnicamente e financeiramente.

O “Protocolo Natural” aqui apresentado, na grande maioria dos casos é composto por três ferramentas tecnológicas:

1.       Fitogênicos (carvacrol e capsaicina) que atuam orientando e estimulando a microbiota ruminal. Através da redução das bactérias gram-positivas, culminando no controle da cinética de produção de ácidos graxos voláteis, limitando os distúrbios digestivos e garantindo o aumento da energia disponível.

2.       Enzimas fibrolíticas para ruminantes desenvolvidas para aumentar a digestibilidade de alimentos. As enzimas fibrolíticas (B-glucanase, xilanase e celulase) atuam na hidrólise dos carboidratos estruturais presentes nas forragens. Após a hidrólise, polissacarídeos solúveis são liberados, aumentando assim, a digestibilidade e o aproveitamento de todo o substrato da dieta.

3.       Taninos hidrolisáveis: polifenóis com alta bioatividade no aparelho digestório tendo tanto um efeito local quanto fisiológico. Observa-se uma série de benefícios como melhoria da sanidade intestinal, maior passagem de proteínas não degradas do rúmen para o intestino, prevenção de distúrbios diarreicos, efeito antioxidante.

Adaptação

Este conjunto de tecnologias normalmente é utilizado associando-se os óleos essenciais e as enzimas nas dietas de adaptação, tanto de confinamentos quanto na transição para sistemas mais intensivos, o que promove uma rápida adaptação no coxo e da microbiota neste período.

Com os animais já adaptados, resta a manutenção dos bons resultados e o equilíbrio do trato gastrointestinal, portanto escolhem-se entre as ferramentas disponíveis, aquelas que continuarão a ter efeito sinérgico de acordo com o ambiente, como o tanino e os demais fitogênicos. As enzimas podem ser utilizadas continuamente no confinamento, sendo que temos observados efeitos muito marcantes na fase de adaptação dos animais.

Uma fase de adaptação eficiente, aliada ao bom desempenho nas fases finais, resulta em animais com maior ganho de peso, melhor eficiência biológica e conversão em carcaça produzida, possibilitando a retirada total do ionóforo regularmente utilizado. Esses resultados foram observados e comprovados em um dos grandes utilizadores do “Protocolo Natural”, o grupo MFG.

A Marfrig, uma das maiores empresas de proteína bovina do mundo, vem buscando soluções alternativas aos antibióticos e ionóforos, uma vez que seu maior comprometimento é ser um efetivo agente de transformação da cadeia produtiva. Essas diretrizes se expandem para seus fornecedores, que é o caso da MFG, confinamento responsável por uma parcela significativa de todo o gado que a Marfrig recebe.

Sinergia

Segundo o zootecnista, Heitor Brandt, “enquanto temos os óleos essenciais controlando e selecionando a população microbiana ideal e desejável, visando manutenção de um ambiente ruminal ótimo, as enzimas trabalham disponibilizando os nutrientes e melhorando a digestibilidade da dieta. Essa relação conjunta dos aditivos, aliados obviamente a um bom manejo, promove desempenhos superiores aos obtidos com dietas tradicionais”. O resultado? Animais com ótimo desempenho zootécnico, maior ganho de carcaça e uma melhor eficiência biológica.

A sinergia entre esses produtos promoveu melhores desempenhos, principalmente na adaptação. O benchmarking da MFG Agropecuária mostrou que o “Protocolo Natural” obteve os melhores resultados dentro das 8 plantas de confinamento que a MFG possui espalhadas pelo Brasil.

A velha máxima persiste de que “não existe receita de bolo”. Para cada sistema é necessário uma ferramenta diferente, mas o que é definitivo é que o “Protocolo Natural” e os aditivos não antibióticos vieram para ficar. Ainda com a certeza de que a pesquisa e a melhoria das tecnologias são contínuas, o fato é que já temos hoje uma alternativa segura, eficaz, sustentável e economicamente eficiente.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Fabrizio Oristanio, zootecnista especializado em Produção de Ruminantes e Nutrição Animal e gerente de Especialidades da MixScience no Brasil. 
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