Solidariedade

Posted by
Spread the love

JOAQUIM VALENTE

 

Solidariedade é uma palavra muito simples mas ao mesmo tempo com um sentido e contexto muito profundo, representando uma acção, ou um pensamento colectivo numa relação de responsabilidade individual, onde cada qual se sente na obrigação moral de oferecer o seu apoio aos outros.

Ser-se solidário e a palavra solidariedade já tomaram conta do discurso do dia a dia, do cidadão vulgar e daqueles que detêm responsabilidades públicas e políticas, numa época de crise económica, em que o governo, olha as pessoas como meros números estatísticos.

Se por um lado, é muito reconfortante ouvir falar assim em Portugal, no meio de tantos constrangimentos para as famílias, por outro lado é sinal que os tempos que correm são de grande carência e que a solidariedade é cada vez mais mitigada e tem de ser distribuída por um número cada vez maior de pessoas que precisam da mão amiga dos outros.

A solidariedade nestes tempos de crise tem de ser ainda mais reforçada em quantidade e qualidade, tornando-se de facto uma prática diária mais do que um “slogan”, em primeiro lugar a favor dos mais desfavorecidos, mas também de todos os que precisam de uma vida melhor e mais digna.

Sendo assim a solidariedade ultrapassa o âmbito da mera ajuda financeira, passando pela educação das pessoas, com acções baseadas em orientação sociofamiliar, representando um caminho de transformação da pessoa humana e e óbvio que estas acções educativas por si sós, não resolvem em definitivo os problemas sociais do país, mas suavizam algumas das carências das camadas sociais empobrecidas, incluindo os “novos excluídos”

Ser solidário é estarmos sempre presentes e dispostos a dar atenção aos outros, é sermos voluntários por causas sociais, mesmo que não sejamos solicitados para tal ultrapassando o mero assistencialismo, feito com obras por quem no dia a dia responde à fome, à falta de teto e de esperança e num futuro melhor.

Perante a crise actual, o Estado não pode abdicar das suas responsabilidades sociais, porque muitas são indelegáveis, no entanto deve estabelecer um conjunto de respostas sociais em parceria com instituições que se encontra espalhadas de norte a sul do País.

As instituições sociais pela sua natureza prestam um apoio de qualidade inquestionável, em permanente adaptação às novas exigências de respostas sociais sendo particularmente importantes na dinamização da economia, sendo fontes de empregabilidade e dinamização das regiões onde estão inseridas e o Estado deve promover intervenções com estas instituições e com outros sectores da sociedade, com a finalidade de desenvolver uma sociedade mais solidária, humanitária e sustentável.

Na Guarda estas parcerias estão no terreno criando-se redes de entreajuda que permitem ser-se solidário, numa sociedade que nos dias de hoje se apresenta muito frágil, fortalecendo-se assim os laços sociais.

Talvez por isso a CNIS, Comissão Nacional de Instituições de Solidariedade, escolheu este ano a Guarda para ser anfitriã na “Festa da Solidariedade” que envolve centenas de entidades e milhares de participantes envolvidos de forma directa ou indirecta.

Na Guarda a “Chama da Solidariedade” foi recebida pelo presidente da UDIPSS, no espaço urbano da Praça Velha, junto à secular Catedral, numa moldura humana, onde IPSS do Distrito se fizeram representar, potenciando o espírito solidário e comunitário, tornando mais evidente que neste sector carenciado da sociedade é necessário trabalhar cada vez mais em rede e parcerias.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.