Carrilho acusa Governo de “irresponsabilidade” ao insistir em soluções fracassadas

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O antigo ministro socialista Manuel Maria Carrilho acusou o Governo de “irresponsabilidade” ao responder ao agravamento da situação económica do país com as mesmas soluções que resultaram em fracasso neste último ano e meio.

“Ao contrário do que foi anunciado e prometido aos portugueses, a situação tem-se agravado, e é de uma enorme irresponsabilidade responder ao agravamento dos problemas com a repetição das mesmas soluções”, disse o ex-embaixador da Unesco, em Coimbra.

O antigo titular da pasta da Cultura no Governo de António Guterres falava à agência Lusa no final da sessão de apresentação da sua obra “Pensar o Mundo”, que reúne, em dois volumes, os livros escritos entre 1982 e 2012.

Para Manuel Maria Carrilho, “hoje temos de pensar a situação do país a partir do fracasso das políticas seguidas neste último ano e meio” pelo atual Governo de Passos Coelho.

No entanto, disse, “não se pode esquecer que um dado absolutamente fundamental da crise atual é a deceção ou incumprimento de tudo aquilo que foram as expetativas da nossa entrada na união monetária, em que se prometeu crescimento e houve estagnação, se prometeu convergência e houve divergência e se prometeu equilíbrio e houve défice e dívida”.

“Portanto, nós temos de reequacionar o quadro europeu, que foi pensado numa perspetiva de solidariedade e não de egoísmos nacionais. E hoje estamos a assistir ao renascer de todos os egoísmos nacionais na Europa que são a sua destruição se continuar nesta via”, sublinhou.

Manuel Maria Carrilho afirmou que “são precisas novas soluções, quer no enquadramento europeu, em que o Governo esteve totalmente ausente neste ano e meio como se fossemos uns indígenas da Europa, como no quadro nacional, em que tem de haver muito mais rigor, mais imaginação e eficácia nas soluções que se propõe ao país”.

Uma das soluções, na sua opinião, “passa pela exigência do PS formular alternativas”, um trabalho que considerou não ser fácil, “até pelas responsabilidades que teve em determinados fatores que conduziram a esta crise – é preciso assumir isso e assumir um quadro de soluções para o país”.

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