Descoberta em 1986 pelo espeleólogo romeno Christian Lascu, a caverna Movile é um oásis de vida isolado do restante do mundo por centenas de milhares de anos. Um lugar repleto de enxofre e quase sem oxigênio, abriga uma grande variedade de animais extraordinários.
A caverna se localiza na região de Dobruja, no leste da Romênia. Os seus seres habitantes são cegos, alguns quase sem cor e vivem numa atmosfera quase sufocante. Christian Lascu viu aranhas, isópodes e outros crustáceos, milípedes e vermes, os quais nunca foram encontrados em nenhum outro lugar da terra. Essa descoberta acidental proporcionou aos biólogos uma oportunidade grandiosa e inédita para estudar como os animais se adaptam a condições de vida tão hostis.
Assim que a notícia da descoberta de Lascu se espalhou, biólogos do mundo todo viajaram e se concentraram no local.
Em testes realizados, descobriram que a cavidade subterrânea era revestida por grossa camada de argila, que deixou a caverna isolada da superfície por 500.000 anos. Hoje, essa cavidade é situada por baixo de uma camada de aproximadamente 25 m de calcário. Os seres que lá habitam, permaneceram isolados desde épocas muito primitivas, formando um sistema de vida diferente e fechado.
Segundo a evidência geológica, a caverna foi criada através de um acidente erosivo provocado por um grande terremoto, há aproximadamente 5 milhões de anos. É possível que os seus habitantes tenham ficado presos na caverna durante esse evento geológico, passando por sérias mutações, principalmente depois que outros organismos puderam entrar na caverna até 500.000 anos atrás, quando Movile foi isolada pela grossa camada de argila.
Hoje aproximadamente 60 espécies de animais vivem lá, e metade deles eram antes desconhecidos da ciência. Ao longo de milhões de anos, esses seres tiveram que se adaptar às difíceis condições da caverna. A maioria deles perderam a capacidade de produzir pigmentos, tornando-se albinos, brancos ou transparentes. Os insetos, sem espaço para voar dentro da caverna, perderam suas asas, e na escuridão, os besouros e as aranhas tornaram-se cegos.
O que mais impressiona nesse mundo perdido, é a questão da alimentação dos seus habitantes. Como lá não existe vegetação, eles se alimentam das bactérias produtoras de enxofre. Elas formam uma película gelatinosa na superfície da água e servem como substrato orgânico para a reprodução de fungos, consumidos pelos insetos. Por sua vez, os insetos tornam-se presas dos carnívoros, completando assim a cadeia alimentar.
A seguir, veja fotos com alguns desses seres que habitam na caverna Movile:
Milípede sem pigmentação
Hemíptero aquático cego – uma espécie de escorpião da água
Aranha Lascona Christiani – uma denominação em homenagem ao descobridor da caverna
Crustáceo sem cor
Isópode transparente – uma das muitas espécies que vivem apenas por lá
Pseudo escorpião – uma espécie de escorpião das cavernas
Uma espécie de Sanguessuga
Ostracoda – um crustáceo transparente
Foto: um ecossistema singular que estava preso na Caverna Movile há milhares de anos
O que ainda não se sabe, é como os animais conseguiram se adaptar a um ambiente quase sem oxigênio. Talvez tenham desenvolvido adaptações metabólicas especiais, mas quanto a isso, é preciso mais estudos.
Adorei poder conhecer a história dessa caverna misteriosa e linda!!
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Muito fascinante, né Carol?
Obrigado por sua participação, minha amiga, e um abraço!
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Outra pra você amigo 😉
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Incrível. Postagem maravilhosa. Obrigado.
Tenha um bom dia!
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Muito obrigado por sua visita que sempre me deixa honrado!
Um grande abraço!
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