MPF ingressa com 757 ações por desmatamento ilegal na Amazônia e cobra R$ 1,5 bi

BRASÍLIA — O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com 757 ações civis públicas na Justiça, nos últimos dez dias, em razão de desmatamentos ilegais na Amazônia cujas áreas totalizam 95,6 mil hectares, o equivalente a 95,6 mil campos de futebol. As ações cobram indenizações de 725 supostos desmatadores, num total que ultrapassa R$ 1,5 bilhão.

A iniciativa faz parte do programa “Amazônia Protege”, lançado nesta terça-feira pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O programa é encabeçado pela Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF, que fez um levantamento de áreas com desmatamentos superiores a 60 hectares cada. Ao todo, o MPF, em parceria com órgãos ambientais como Ibama e ICMBio, identificou 1.262 áreas desmatadas.

A ideia é ingressar na Justiça com uma ação civil pública por área desmatada. Assim, faltariam ainda 505 ações a serem apresentadas pelo MPF. O total desmatado é de 176,7 mil hectares, com 1.155 responsáveis, segundo o MPF. O valor da indenização a ser solicitado chega a R$ 2,8 bilhões.

O “Amazônia Protege” usa monitoramentos de satélite feitos entre agosto de 2015 e julho de 2016. Das áreas identificadas, 450 já foram embargadas pelo Ibama – algumas delas mais de uma vez. Das 1.262 áreas desmatadas, 470 estão a menos de 30 quilômetros de terras indígenas e 689, a menos de 30 quilômetros de unidades de conservação. Quinze estão dentro de terras indígenas e 31 dentro de unidades de conservação, uma quantidade muito pequena em comparação com o universo do desmatamento.

Os mapas usados pelo programa do MPF mostram que as terras indígenas são verdadeiras ilhas de preservação na Amazônia, fato destacado pela procuradora-geral.

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