Ao todo, são cumpridos 17 mandados judiciais em Rio Branco e Rodrigues Alves. Uma das candidatas pode ter recebido R$ 120 mil, segundo a PF.
A Polícia Federal começou a cumprir, nesta terça-feira (30), 17 mandados judiciais em uma operação que investiga possíveis crimes eleitorais por um partido no Acre. De acordo com a PF, mulheres foram usadas como “laranjas” para recebimento do fundo eleitoral na última campanha no estado.
Conforme determinação do TSE, 30% dos valores do Fundo Eleitoral devem ser empregados na campanha de candidatas do sexo feminino. Porém, segundo a PF, esse valores foram desviados pelo partido. A sigla não foi divulgada.
A Operação Citricultor investiga possível prática de crimes eleitorais, entre eles associação criminosa, apropriação indébita, desvio de recursos eleitorais, fraude na prestação de contas (caixa dois eleitoral) e lavagem de dinheiro, além de coação no curso do processo.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de medidas cautelares diversas da prisão em Rio Branco e Rodrigues Alves, além de oitivas de testemunhas e investigados.
Uma possível candidata “laranja” teria recebido mais de R$120 mil do Fundo Eleitoral, mas recebeu apenas 358 votos. Outras candidatas teriam recebido mais de R$ 13 mil, tendo obtido aproximadamente 20 votos cada uma.
“Em alguns casos, verificou-se que uma das candidatas fez campanha eleitoral para outros candidatos e até para ‘adversários’ de outra coligação, bem como que familiares e cabos eleitorais contratados fizeram propaganda para outros concorrentes”, diz a nota da PF.
Investigação
Membros do diretório estadual de um partido político teriam ocultado, disfarçado e omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral), especialmente os destinados às candidaturas de mulheres. Durante o curso das investigações, teriam, ainda, coagido testemunhas, usando de violência e grave ameaça, aponta a PF.
A polícia diz ainda que foi constatado o pagamento de locação de vários veículos, “mas as despesas com combustíveis registradas nas prestações de contas indicam que os aluguéis foram fictícios, tendo em vista a incompatibilidade da quantidade e do tipo de combustível dos veículos alugados com aqueles efetivamente adquiridos”, aponta a PF.
Operação
O nome da operação faz referência ao “profissional” que produz frutas cítricas, característica da expressão “candidaturas-laranja”, que se popularizou para denominar as candidaturas fictícias utilizadas somente para desviar as verbas do fundo partidário. Ao todo, 68 policiais participaram da operação.
Via G1 Acre