Mais de dez por cento dos idosos nos EUA usam maconha, segundo estudo
Várias pesquisas relatam o aumento nos últimos anos do consumo de cannabis entre os adultos mais velhos, que usam a planta para tratar uma ampla gama de condições de saúde
O uso de maconha vem aumentando entre os estadunidenses mais velhos, segundo um novo estudo que viu 12% dos americanos com idades entre 50 e 80 anos relatando ter consumido um produto contendo THC no último ano.
As descobertas, publicadas na revista Cannabis and Cannabinoid Research por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Michigan, foram levantadas a partir da Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável (National Poll on Healthy Aging) e referem-se aos hábitos da população idosa durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19.
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“À medida que o estresse da pandemia e o aumento da legalização da cannabis pelos estados convergiram, as nossas descobertas sugerem que o consumo de cannabis aumentou entre os adultos mais velhos a nível nacional”, disse a coautora do estudo Anne Fernandez, que é psicóloga clínica e professora assistente no Departamento de Psiquiatria da U-M.
O levantamento nacional entre 2.023 estadunidenses idosos, realizado em janeiro de 2021, também constatou que 4% dos entrevistados relatou consumir produtos de cannabis quatro ou mais dias por semana nos últimos doze meses.
A pesquisa revela ainda que o consumo de maconha foi mais provável entre os entrevistados solteiros e entre aqueles que consumiam álcool.
Fernandez afirmou em um comunicado à imprensa que os entrevistados cujo consumo de álcool era elevado o suficiente para causar danos físicos e psicológicos tinham quase oito vezes mais probabilidade de dizer que tinham consumido cannabis no ano anterior.
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Os dados também mostram que o consumo de maconha foi menos provável entre as pessoas que se identificaram como de etnia hispânica ou como “outras raças”, em comparação com os entrevistados brancos não hispânicos.
Segundo os pesquisadores, o consumo observado no estudo é superior aos 9,5% observados em 2019 em outra pesquisa, e aos 3% observados em 2006, quando apenas 12 estados americanos tinham aprovado leis sobre cannabis medicinal.
O questionário da última pesquisa perguntou sobre o uso de qualquer produto contendo THC — incluindo comestíveis — e não diferenciou entre o uso medicinal e adulto de maconha.
“À medida que o acesso e o consumo de cannabis continuam a aumentar a nível nacional, os médicos e os decisores políticos devem monitorar e abordar os riscos potenciais entre os adultos mais velhos”, concluíram os autores.
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O aumento do uso de cannabis entre os adultos mais velhos nos Estados Unidos nos últimos anos vem sendo relatado em vários estudos.
A Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde, realizada pelo governo dos EUA, revelou que mais de 7% dos estadunidenses acima dos 65 anos consumiram maconha no ano anterior em 2021. Um aumento considerável, se levar em consideração que em 2012 o número não passava de 1,4% do público idoso.
Um estudo publicado no Journal of the American Geriatrics Society descobriu que os atendimentos em departamentos de emergência de californianos com mais de 65 anos por questões relacionadas à cannabis passaram de um total de 366 em 2005 para 12.167 em 2019. Segundo os autores, os idosos estão usando cada vez mais a planta para tratar uma ampla gama de sintomas.
Enquanto isso, dados longitudinais publicados no periódico AIDS and Behavior em maio revelaram que o uso ocasional de maconha está associado a uma melhor função cognitiva em adultos mais velhos que vivem com HIV, em comparação aos não usuários. Os pesquisadores também observaram que o uso frequente de cannabis não foi associado a nenhum declínio no desempenho cognitivo.
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Foto de capa: Sonya Yruel (Drug Policy Alliance).
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