CT da Groundforce aponta nacionalização como “única hipótese de segurar a empresa”

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A Comissão de Trabalhadores (CT) da Groundforce considera que a nacionalização é a única hipótese de segurar a empresa e salvaguardar os postos de trabalho e marcou nova manifestação para quarta-feira, dia 10 de março, frente à residência oficial do primeiro-ministro.

“Consideramos que a única solução para segurar a empresa e salvaguardar os postos de trabalho, é a nacionalização, sendo que só o senhor primeiro-ministro poderá resolver a situação”, lê-se num comunicado enviado por aquela estrutura aos trabalhadores da empresa de ‘handling’, depois de uma reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

 

Ações do acionista privado já estão penhoradas noutro processo, anunciou o ministro Pedro Nuno Santos

Na reunião de segunda-feira, dia 8 de março, Pedro Nuno Santos informou a CT e os sindicatos que representam os trabalhadores da Groundforce de que as ações da Pasogal, que detém 50,1% da empresa, já estão penhoradas, não podendo ser dadas como garantia para receber um adiantamento da TAP de cerca de dois milhões de euros, para pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, que já não receberam os ordenados de fevereiro.

Esta informação foi dada por Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, ao fim de vários dias de negociações com o Ministério das Infraestruturas, em que concordou ceder as ações como garantia para viabilizar a empresa.

Os órgãos representativos dos trabalhadores ficaram também a saber na reunião que o Governo “não descarta medidas para salvar a continuidade da empresa, mas também não descarta a insolvência” e que, sem a garantia da entrega das ações, não poderá haver injeção de capital.

Neste contexto, a CT decidiu marcar uma nova manifestação, na quarta-feira de manhã, desta vez em frente à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

A CT também já esteve reunida com os grupos parlamentares do PCP, BE, PS, PAN e a deputada não-inscrita Joacine Catar Moreira, que se comprometeram “a questionar os órgãos governamentais sobre os salários e a manutenção da Groundforce”.

Por sua vez, os sindicatos também se opõem a um cenário de insolvência, para o qual, dizem, o Governo “aponta insistentemente”, recordando, numa mensagem aos seus associados, “que a SPdH/Groundforce é uma empresa sustentável, sem nenhum problema estrutural, que foi afectada pela pandemia covid-19 e, portanto, terá que ter uma solução da qual o Estado não se pode demitir, até porque é acionista, via TAP SGPS em 49,9%”.

Na missiva assinada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores Da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), as estruturas lembram, ainda, “os 43 milhões de lucros que a empresa apresentou de forma sustentada entre 2013 e 2019, divididos por ambos os acionistas e que também por isso o Governo não pode deixar cair esta empresa e lançar 2.400 trabalhadores para o desemprego”.

Aqueles sindicatos têm agendadas audiências com diversos partidos com assento parlamentar e também já solicitaram uma audiência com caráter de urgência ao Presidente da República, para expor esta situação e “travar o cenário de insolvência ou de descontinuidade da empresa tal como ela hoje opera”.

Na quinta-feira, dia 4 de março, em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas disse que o empréstimo bancário à Groundforce – 30 milhões de euros, para fazer face às necessidades de tesouraria a curto e médio prazo – seria dado com aval do Estado, realçando que as exigências para esse financiamento aguardado seriam “as mesmas” que as impostas para o adiantamento de 2,05 milhões pela TAP.

Pedro Nuno Santos explicou que o acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, tinha aceitado um penhor das ações relativas à sua participação (50,1%, através da Pasogal) para receber um adiantamento de cerca de dois milhões de euros, mas exigia – em caso de execução – manter o controlo da empresa de ‘handling’ (assistência nos aeroportos), em que a TAP detém 49,9% do capital.

Nessa conferência de imprensa, o governante garantiu que “o Governo não tem qualquer intenção de nacionalizar a Groundforce”, considerando que a empresa “não tem o caráter estratégico da TAP e da Efacec”, em que o Estado interveio, acrescentando que “a TAP não pode manter a prazo uma participação maioritária numa empresa de ‘handling'”.

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