Rebento

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] dez./2015

Argollo Ferrão, A. M. de (2015). Rebento [web]. Disponível em <http://argollo.org/antologia/poetica/rebento/>.

Rebento
Assim mesmo foi que a vi, seminua
E contente, sorridente, quase completamente
Me despi de todo e qualquer melindre, me senti
Livre e seguro para explicar o que compreendi assim que a vi.

E por um instante me pareceu que o tempo todo ela estivera ali,
Pronta para me receber condignamente, nu
No mesmo ponto em que a deixei quando parti
Para sempre, embora sempre nunca houvesse se consagrado.

E como um anjo que acabara de se materializar, quase nu
No seio de quem semeia a castidade, de aura clara e límpida,
Passei a crer que me tornara humano bem no instante em que a vi,
Assim mesmo, seminua, no momento em que eu nasci.