MIRANTE 1

Apenas um grande caderno de notas. Um mirante de onde eu olho tudo e qualquer coisa e bato nas teclas pra registrar.

Como ferrar a sua vida em 140 caracteres

Meu pai é de uma cidadezinha chamada Caém, no norte da Bahia http://caem.ba.gov.br/

Sendo filho de nordestino e metade da minha família estar por lá (incluindo amigos dos mais queridos), eu poderia enfrentar esse comentário como uma ofensa.

Mas usando um pouco a cabeça e deixando o lado emocional de canto, uma ideia de sentir dó dessa menina  me invadindo.

Explico: essa menina conseguiu ferrar com a própria vida com 140 toques de um teclado.

Em menos de uma semana, por conta desses comentários idiotas ela perdeu o estágio, talvez nunca mais consiga um emprego na área e vai sofrer um bullying na faculdade imensamente mais pesado do que o que já sofreu na internet.

Mas desse monte de merda sujeira adubada, acredito que surgiu uma flor que mostra esperança.

A intolerância em relação ao preconceito. A própria sociedade está controlando essas manifestações, se declarando contrária a essas ideias. É como o conceito da wikipedia. Quando alguém coloca um artigo mentiroso ou por brincadeira na enciclopédia eletrônica, os outros usuários corrigem logo e o brincalhão perde a credibilidade dentro daquele universo quando não é excluso da possibilidade de postar novos conteúdos.

Ok, não estamos em um mar de rosas em que todos são despidos de preconceito e pré-julgamentos. Ainda falta muito pra – como sociedade – chegarmos lá.

Porém, todo o movimento contra esses 140 caracteres mostra que surgem pontos no raciocínio coletivo de que apontar o dedo para um grupo, etnia, religião e coisa que o valha é fruto de uma cabeça pobre e que todos os dedos vão se voltar para quem atirar a primeira pedra nesses grupos.

Esquecemos do #orgulhodeserbrasileiro ? Nordestinos, sudestinos, sulistas, nortistas e centro-oestinos…o famoso “todo mundo junto e misturado”…

O problema é que historicamente pintamos um inimigo para os nossos problemas e falhas pessoais em outras pessoas.

Petistas e PSDBistas, ricos e pobres ou pobres e burguêses (segundo Lula, Tênis é esporte de burguês http://goo.gl/9g62 ) marginais e polícia, Deus e o diabo…

Como a gente se diverte com antagonismos. Sabe porquê? Por que o antagonista é uma espécie de credencial pra gente apresentar a nossa pior face – da raiva, do ódio, da intolerãncia, do preconceito e por aí vai. Ele dá permissão – na nossa cabeça – de apresentarmos as nossas piores condutas e justifica as merdas bobagens que fazemos.

Tá na hora de olhar pro espelho.

Vendo a situação como comunicador, me espanta como essa patricinha conseguiu ferrar com a sua vida em meros 140 caracteres(!!!!!!)

Já como filho de nordestino eu penso, “que idiota e bem feito”!

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Fonte: Comunique-se

Folha apoia ação contra estudante e diz que Dilma venceria mesmo sem votos do Nordeste

O jornal Folha de S. Paulo condenou, em editorial, os ataques de internautas a nordestinos, após a vitória de Dilma Rousseff à Presidência da República. No editorial desta quinta-feira (4/11), “Intolerância na rede”, a Folha apoia a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pernambuco, que entrou com uma representação criminal contra a estudante Mayara Petruso, que postou em seu Twitter a frase “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

“Não é demais lembrar que há no Brasil legislação para punir manifestações de racismo, não fazendo nenhuma ressalva para quando elas irrompem na internet. É acertada, portanto, a decisão da seção pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil de denunciar, por racismo e incitação de crime, uma das responsáveis pelos ataques ao afirmar em sua página que “nordestino não é gente”, diz o jornal. O texto ainda afirma que os internautas acreditam estar em um “território livre”, mas reforça que o racismo é crime.

Apesar de apoiar a decisão da OAB-PE, a Folha discorda da alegação de que a estudante e os demais internautas teriam atacado os nordestinos pela afirmação de que a região nordeste foi a grande responsável pela vitória de Dilma.

“No mais, embora não seja este o cerne da questão, são incorretas as informações utilizadas pelos promotores da intolerância como esteio para a sua falta de razão. Em que pese a larga margem conquistada por Dilma Rousseff sobre José Serra em Estados do Nordeste, a petista venceria o pleito mesmo se os votos da região não fossem computados”.

Fonte: Portal IMPRENSA

Estudante pode ser investigada pelo MPF por ofender nordestinos no Twitter

O Ministério Público Federal (MPF) avaliará se as mensagens publicadas pela estudante de Direito Mayara Petruso em seu perfil no Twiter, e que ofendiam nordestinos, podem ser alvo de investigação do órgão. A procuradora regional de São Paulo, Janice Ascari, encaminhou um ofício ao MPF, na última quarta-feira (03/11), com a cópia das frases postadas pela universitária na rede social.

“Constatei condutas irregulares de preconceito e discriminação na esfera nacional. Existe uma lei para isso. Não pude deixar de ver e fazer o meu dever”, disse Janice, que imprimiu as mensagens da estudante e enviou-as ao MPF. “Eu, como procuradora regional, sendo um caso da esfera nacional não tenho autoridade para abrir a investigação. Então repassei às autoridades competentes”, declarou.

A assessoria do MPF informou que só poderá se manifestar sobre o assunto após análise das denúncias enviadas pela procuradora e pela OAB-PE. Se os procuradores considerarem que o caso mereça ser investigado, ele será encaminhado à Polícia Federal ou, se não for considerado crime, pode ser arquivado.

De acordo com o portal G1, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) anunciou que encaminhará uma notícia-crime ao MPF nesta quinta (04/11), para que a autora das frases responda pelos crimes de racismo e incitação pública ao crime hediondo. O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, afirmou que a postura de Mayara é “inadmissível para qualquer ser humano, mas é especialmente triste ver uma atitude dessa vinda de uma acadêmica de Direito”.

As frases de Mayara começaram a ser postadas no Twitter no último domingo (31), após o segundo turno das eleições presidenciais.  Mensagens como “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”, “Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil” e “Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral” geraram reação dos usuários da rede social, e, ainda, a criação da hashtag #orgulhodesernordestino, que ficou entre os primeiros no ranking mundial de temas mais citados no microblog.

Após a polêmica, a estudante, que estagiava no escritório de advocacia Peixoto e Cury, cancelou suas contas em redes sociais e pediu desculpas aos nordestinos em seu perfil no Orkut. Além disso, a Peixoto e Cury divulgou comunicado em que informa que Mayara “não faz mais parte dos quadros do escritório”, e que “lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis”.

Fonte: Jornal Extra
Estudante que falou mal de nordestinos é citada em jornal britânico

O caso da estudante Mayara Petruso, que se tornou conhecida depois de postar comentários racistas no Twitter contra nordestinos, ganhou destaque no jornal britânico “The Telegraph”. Na matéria, trechos das declarações da jovem, que cursa o sexto período no curso de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, foram traduzidos para o inglês: “Do a favour to Sao Paulo: kill a northeasterner, drowned” (“Faça um  favor a São Paulo: mate um nordestino afogado”). O jornal fala também sobre o fato de Mayara ter sido demitida do escritório de advocacia onde fazia estágio depois de seus comentários gerarem uma onda de protestos em redes sociais como o Twitter e o Facebook.

Fonte: The Telegraph (Reino Unido)

Brazilian law student faces jail for ´racist´ Twitter election outburst

A Brazilian law student could face criminal prosecution after allegedly making racist comments on Twitter and Facebook following her country’s election results.

Mayara Petruso used the social networking websites to blame people in the poverty-stricken north-east of Brazil for the victory of Dilma Rousseff, of the left-wing ruling Workers´ Party.

The OAB, Brazil´s equivalent of the Bar Association, in the north-eastern state of Pernambuco filed a request to open a criminal case against her at the Federal Public Ministry of Sao Paulo. The law firm in Sao Paulo where she worked as an intern also confirmed that Miss Petruso was no longer working for them and condemned the comments.Miss Petruso prompted a series of comments, some critical and others agreeing with her, after writing on her Twitter account: “Northeastern is not us. Do a favour to SP [Sao Paulo]: kill a northeasterner, drowned.”

She later wrote on Facebook that allowing people in the north east to vote threatened to “sink the country who worked to support the bums”.Black and mixed-race Brazilians outnumber the white population in much of the north east, whereas the white population is larger in most of the wealthier south.

If the case goes to court she would face charges of racism, which carries a sentence of between two and five years imprisonment, and incitement to murder on the internet, which is punishable by three to six months imprisonment or a fine.Miss Rousseff won the national election to succeed President Luiz Inacio Lula da Silva on Sunday with 56 per cent of the votes compared to 44 per cent for Jose Serra, of the centrist Brazilian Social Democracy Party (PSDB).

She received more than 70 per cent of the vote in parts of the north east but an analysis published in the Brazilian press suggested that she had enough votes to win even without the huge margin of victory in some of the poorest states.Miss Petruso closed her social networking accounts after generating a wave of publicity but the OAB obtained copies of the pages featuring her comments and identified the author.“It is inconceivable that a law student has attitudes contrary to the social function of their profession,” said Henry Mariano, president of the OAB in Pernambuco.

“How will someone with this behavior become a professional who needs to defend justice and human rights?”Mr Mariano said that there is no deadline for prosecutors to make a decision on the case and whether to take it to court.He added that other people who had made comments on the websites supporting Miss Petruso could also face separate prosecutions.Peixoto e Cury Advogados, the firm in São Paulo at which Miss Petruso worked, said in a statement: “With much gravity and indignation, Peixoto e Cury Advogados regrets the unfortunate personal opinions issued on the social networking sites, which we only became aware of through the media.”

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Informação

Publicado em 5 de novembro de 2010 por em Política.