Colégio Brasil e as broncas do Diretor

Após uma aventura que contarei em outra ocasião, minha mãe resolveu que eu já estava grandinho para ir sozinho para a escola Nessa época até uns 14 anos

Colégio Brasil - Alameda de entrada

Colégio Brasil – Alameda de entrada

alguém te levava para a escola se ela fosse longe.

Fui fazer o quarto ano do ginasial (fundamental ou 1º gráu, ou sei lá como chamam agora) no Colégio Brasil, no bairro do Fonseca*, em Niterói.

As expectativas de minha mãe era que numa escola de um nível elevado e rígida, eu estudasse mais e convivesse com alunos mais educados.

Ao chegarmos para as aulas éramos obrigados a fazer formação em fila, de acordo com o ano e a sala ( o meu era 4º C), esticar o braço para criar um espaço entre nós e aí começavam os hinos, Hino Nacional, à Bandeira, Cisne Branco etc. etc. e depois em ordem de ano/sala íamos subindo a escada cada grupo para a sua sala de aula.

Infortunadamente, para minha mãe, minha timidez me fez sentar na última fila das carteiras da sala e, provavelmente ainda é assim, o ninho dos bagunceiros. Dessa união surgiram algumas anotações na caderneta.

Parenteses:  ao entrar você entregava ao inspetor sua caderneta onde eram carimbadas as presenças e feitas anotações diversas, incluindo as advertências levadas, que deviam voltar assinadas pela mãe ou pelo pai. Na saída você a recebia de volta.

Voltando as anotações na minha caderneta, eu preciso dizer em minha defesa que eu apenas acompanhava o grupo, não foram minhas nenhuma das idéias.

Duas delas foram muito gozadas, a primeira rendeu uma anotação e na segunda, em função da primeira, uma suspensão.

Após toda a última fileira ser expulsa da aula descemos para o páteo dos meninos.

ESPANTO !

Sim, naquela época  havia uma separação entre meninos e meninas tanto nas salas como no recreio.

Pátio interno ou dos meninos

Pátio interno ou dos meninos

Descemos ao pátio para praticarmos futebol com tampinha de refrigerante.Não chegamos nem a começar quando o Diretor apareceu no topo da escada e nos chamou com rigidez.

Ele de cima da escada e nosso grupinho na parte de baixo. O problema é que para falar ele fechava os olhos e também espalhava perdigotos.

Quando começou a repreensão e fechou os olhos cada um correu para um canto e se escondeu. Ao terminar viu que estava discursando para um pátio vazio. Obviamente além de irmos para a sala dele escutar o que dissera antes, levamos uma anotação na caderneta, que minha mãe não ficou muito satisfeita.

Na segunda vez, um sacana que já esperava o grupo ser expulso da sala novamente, levou junto seu guarda-chuva. Não deu outra fomos expulsos, descemos para o pátio e o Diretor de cima da escada fazendo novo sermão.

Quando ele abriu os olhos, ao término de sua fala, todos estávamos lá mas encolhidos debaixo do guarda-chuva aberto, morrendo de rir.

Como tínhamos escutado tudo fomos direto para a Secretaria pegar nossas cadernetas com dois dias de suspensão e eu dois fins de semana sem ir as domingueiras(baile) no clube.

Frente de acesso ao Colégio Brasil

Frente de acesso ao Colégio Brasil

Minha sala pegava as duas portas da direita.

*Fonseca, corruptela de “fonte seca” que existia numa chácara onde cresceu o bairro.

3 thoughts on “Colégio Brasil e as broncas do Diretor

  1. hahaaha Sou da época da caderneta também, mas sentava lá na frente. 🙂 Fui representando de turma, de grêmio e de outras organizações… Mas aprontava, na encolha, sem guarda-chuva, mas aprontava. 🙂

  2. hahahaha!bons tempos aqueles em que as brincadeiras eram inocentes…
    hoje em dia são caso de polícia…
    não peguei a época em que meninos e meninas brincavam separados mas me lembro da formação em fila para o hino diariamente.Nós chamávamos o ato de por a mão sobre o ombro do aluno à nossa frente de “cobrir” se não me engano.Eu não estudei no colegio brasil,mas todos os meus primos sim.

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