No futuro, todos nascem com duas almas, que, até certa idade, se alternam no controle do corpo. Aos poucos, uma delas se revela dominante e, ainda na infância, passa a ser a única “habitante”. As pessoas cujas almas recessivas nunca vão embora são chamadas de híbridas e consideradas inconstantes e, portanto, perigosas. Eva e Addie nunca se definiram e ainda dividem o mesmo corpo, embora apenas Addie tenha o controle sobre ele. Para garantir a segurança, as duas mantêm o fato em segredo, mas quando Eva descobre que existe uma forma de voltar a se movimentar, elas começam a correr perigo.
Fiquei curiosa para ler O que restou de mim assim que vi a capa e li a sinopse. No entanto, confesso que, quanto mais a leitura avançava, mais decepcionada eu ficava. Para começar, nenhum personagem, muito menos as protagonistas, é muito carismático ou envolvente e a história demora bastante para engrenar – e quando o faz não é exatamente a mais empolgante e imprevisível. Talvez eu esteja um pouco saturada de distopias, mas acredito que, de qualquer forma, a trama desenvolvida por Kat Zhang não seja realmente muito cativante.
No entanto, para mim, a falha mais grave de O que restou de mim é o fato da autora não ter aproveitado uma das maiores vantagens das distopias e fantasias, que é poder criar um mundo completamente novo, em que praticamente tudo pode ser explicado por processos científicos que não necessariamente fazem sentido na vida real. Zhang quase abre mão deste artifício e deixa o leitor com dúvidas que, na minha opinião, deveriam ser sanadas logo no primeiro volume da série, como por exemplo: qual a finalidade de cada corpo nascer com duas almas?
E para não dizer que apenas critiquei O que restou de mim, há que se ressaltar que os principais atrativos do livro são a disputa, ainda que involuntária e velada, entre Addie e Eva e o conflito de sentimentos de ambas. No final das contas, ainda não decidi se irei continuar a leitura da saga ou se vou parar por aqui. De qualquer forma, não é um livro que indico para os amantes de distopias.
Título original: What’s Left of Me
Editora: Galera Record
Volumes seguintes: Once We Were e Echoes of Us (ainda não publicados no Brasil)
Autor: Kat Zhang
Publicação original: 2012
As duas protagonistas no caso são gêmeas siamesas?
Pelo que entendi, não. São duas almas diferentes que habitam um só corpo.
Que coisa sinistra rs.
[…] O que restou de mim, Kat Zhang Eu estava absolutamente doida para ler O que restou de mim, que retrata um futuro distópico em que todos nascem com duas almas e, ao longo dos anos, apenas a dominante sobrevive. As protagonistas nunca passaram por essa definição, então ambas permanecem no mesmo corpo e precisam esconder a verdade de todos. Promissor, né? Também achei. Mas a leitura foi super arrastada e achei que Kat Zhang não explorou a história da melhor maneira. Até pensei em continuar a série, que conta com mais dois volumes – Once We Were e Echoes of Us (ainda não publicados no Brasil) -, mas decidi não “desperdiçar” meu tempo com algo que já não me agradou de primeira. […]