Ônibus é a prioridade
Plano de trânsito desestimula uso de carros e disponibiliza 400 coletivos na Copa.
Expectativa é de que 70% dos torcedores cheguem ao Mineirão via transporte público

Corredor Antônio Carlos do BRT/Move terá as linhas 50, 51 e 52 disponíveis para os torcedores que forem ao Mineirão (GLADYSTON RODRIGUES/EM/D. A PRESS)

Corredor Antônio Carlos do BRT/Move terá as linhas 50, 51 e 52 disponíveis para os torcedores que forem ao Mineirão



Quem não abre mão do carro particular pode começar a repensar essa escolha se quiser ir ao Mineirão acompanhar os jogos da Copa do Mundo. Chegar ao campo no próprio veículo está entre as opções menos recomendadas pela BHTrans. A orientação do presidente da empresa que gerencia o transporte e trânsito em BH, Ramon Victor Cesar, é para que moradores e turistas priorizem o transporte coletivo. Esta opção, no entanto,  exigirá fôlego, pois quem for de BRT/Move terá de enfrentar, a pé, um trecho de subida de 1,4 quilômetro entre a Avenida Antônio Carlos e o estádio. Se a escolha for pelos cerca de 400 ônibus especiais que farão os trajetos entre a Savassi, o Expominas (Gameleira), o Centro e o Minas Shopping, (Bairro União), a caminhada chegará a dois quilômetros.

RESUMO

Os caminhos do torcedor ao MineirãoPlano da BHTrans em dias de jogos dá prioridade ao transporte coletivo, com ônibus especiais a R$ 15 (ida e volta) e linha Confins-Pampulha a R$ 10 (o trecho). Confira as vantagens e desvantagens de cada meio de transporte.

Expresso Copa

Cinco locais de embarque e venda de bilhete antecipada

Pista normal de ônibus e ponto a até 2km do estádio

BRT/Move

Passagens a R$ 2,85 e corredor exclusivo de ônibus

Rota de possíveis protestos e ponto a 1,4km do Mineirão

Táxi

Comodidade e economia para quem for em grupos

Volta para casa vai exigir uma caminhada de até 1,8km

Carro

Desembarque poderá ser feito a cerca de 500 metros

Estacionamento proibido em vários bairros da região

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Ir de táxi também está fora do objetivo da BHTrans. Diferentemente da Copa das Confederações, quando puderam trafegar pelas antigas busway – que hoje se tornaram corredores exclusivos do BRT/Antônio Carlos –, os táxis dividirão espaço nas pistas normais com carros e coletivos durante a Copa. Muda também o número de pessoas atendidas pelo transporte público. Enquanto no ano passado, 28 mil pessoas usaram ônibus para chegar ao Mineirão, o planjeamento agora é superior. “A expectativa é que 70% dos torcedores cheguem ao estádio pelo transporte público”, espera o secretário municipal Extraordinário para a Copa do Mundo, Camilo Fraga, referindo-se a 42 mil passageiros entre os 60 mil torcedores que vão ao Mineirão.
 
Táxis também terão restrições de acesso e não poderão ultrapassar a área limite permitida apenas para veículos credenciados. Enquanto na chegada a vantagem pode ser o conforto da viagem e a proximidade do campo – de cerca de 500 metros  – a volta fica complicada. Se não quiser se aventurar nas ruas do entorno na tentativa de conseguir o serviço, o torcedor precisará andar até 1,8 quilômetro para chegar a um dos dois pontos de embarque: na orla da lagoa, perto do Iate, ou em frente à Usiminas, na Avenida Carlos Luz. “Eventos dessa natureza em todo o mundo são operados com transporte público. Temos o serviço especial de ônibus e todo o serviço do BRT capazes de transportar grande massa de pessoas até o Mineirão”, diz Ramon Cesar.

Os ônibus especiais dividem com o BRT o topo da lista recomendada pela BHTrans. Se a opção for pelos coletivos do ‘expresso Copa’, os torcedores já podem comprar os bilhetes a R$ 15 para ida e volta. Os ônibus que sairão das regiões Oeste (Expominas), Centro-Sul (Centro e Savassi) e Nordeste (Minas Shopping) chegarão em pontos batizados de Terminais Copa, nas imediações do Mineirão. Os três primeiros ficam na Praça dos Esportes e na Avenida Fleming, no Bairro Ouro Preto, enquanto os passageiros que saírem do Minas Shopping desembarcarão na Avenida das Palmeiras e farão uma caminhada mais leve, de 500 metros.

As linhas que operam o BRT na Antônio Carlos também têm esquema especial. Cinco horas antes e três horas depois das partidas, os itinerários 50, 51 e 52 receberão reforço no quadro de horários. A 50, que é direta do Centro à Estação Pampulha, fará paradas nas estações de transferência UFMG e Mineirão. De lá, os passageiros seguirão a pé até o estádio, uma caminhada de 1,4 quilômetro, aproximadamente. 

Idosos, grávidas, pessoas com crianças de colo ou com mobilidade reduzida poderão usar um serviço de traslado da prefeitura até os portões do estádio. O esquema também funcionará para esse público nos terminais da Copa. Para chegar ou sair do estádio, os pedestres poderão usar rotas exclusivas, sinalizadas, e separadas com grades, desde os terminais do expresso Copa ou das estações do BRT até o Mineirão. A avenida, no entanto, está na rota dos protestos, e na Copa das Confederações ficou horas fechada, antes e depois dos jogos. 

Apesar de afirmar que a cidade está preparada para transportar torcedores com tranquilidade, Ramon admite que manifestações, como ocorreu durante a Copa das Confederações, podem causar prejuízos ao planejamento da BHTrans. “Qualquer fechamento tem impactos negativos. Mas, mesmo com as manifestações da Copa das Confederações, transportamos cerca de 28 mil pessoas e ninguém chegou atrasado ao Mineirão”, informa. Além disso, o presidente garantiu que a empresa tem esquemas de contingência preparados. 

CONFINS Quem desembarcar em Confins e for para o Mineirão terá opção de transporte direto. Uma linha especial foi criada, com taxa de R$ 10 por trecho. A expectativa é de que o trajeto dure 50 minutos e que, com partidas programadas de 15 em 15 minutos, cerca de 1 mil passageiros sejam transportados a cada hora. As saídas ocorrerão seis horas antes dos jogos e até três horas depois das partidas. Além do reforço nas linhas de ônibus regulares que saem do aeroporto para BH, o terminal terá atendimento especial de táxi, com 531 veículos, e 16 carros adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. 

Enquanto isso…

…BH tem o 6º pior
trânsito do país


Belo Horizonte ocupa a sexta posição entre as capitais que têm o pior trânsito do país, segundo pesquisa divulgada ontem pela empresa de tráfego TomTom. O levantamento mediu a densidade dos engarrafamentos, comparando o número de ruas da cidade e quantas estão congestionadas. A densidade também foi analisada nos horários de maior movimento e fora deles, um indicativo de questões relacionadas à infraestrutura, segundo o gerente de vendas da empresa, Julio Quintela. BH chega a ter 42% de ruas e avenidas comprometidas nos momentos de pico. São Paulo, conhecida pelas longas filas de veículos, ficou logo à frente, na quinta posição, com 46%. A capital mais congestionada é Recife, com lentidão em 60% de suas vias nos horários de pico.
FONTE: Estado de Minas.