“Escravos! Escravos!” Com agressões verbais e muitas vaias, médicos cearenses fizeram um verdadeiro corredor polonês contra profissionais cubanos. Assista ao vídeo, feito na segunda-feira, dia 26, à noite. Hostilidades chegaram às raias do preconceito racial, regras de civilidade e mínima cordialidade foram quebradas. O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce), José Maria Pontes, disse que “cubanos não podem operar porque não sabem. E eles podem fazer um estrago muito grande no Brasil”. Frente a esse comportamento selvagem, o que fizeram os Conselhos Federal, presidido por Roberto D’Ávila, e Regional de Medicina? Nada!
Via Brasil 247
Quando o governo federal anunciou o Programa Mais Médicos, no início de julho, e a vinda de 4 mil médicos cubanos para trabalhar no Brasil, na semana passada, o Conselho Federal de Medicina foi um dos primeiros a reagir formalmente. A respeito do convênio assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), o presidente do CFM, Roberto D´Ávila, assinou uma nota chamando o projeto de “eleitoreiro”.
Na segunda-feira, dia 26, uma cena desprezível aconteceu em Fortaleza, onde 96 médicos, sendo 79 cubanos, desembarcaram para iniciar um curso de formação de três semanas antes de começarem seus trabalhos no Brasil. Cerca de 50 médicos brasileiros, que os esperavam do lado de fora, gritaram “escravos”, xingaram e humilharam os médicos estrangeiros, que foram obrigados a passar pelo meio de um verdadeiro corredor polonês (assista ao vídeo abaixo).
O comportamento selvagem dos médicos brasileiros foi praticado contra pessoas que nunca os desrespeitaram. Pelo contrário, vieram atender à população que tem pouco – ou nenhum – acesso à saúde e trabalhar em 701 cidades do País onde nenhum profissional brasileiro quis ir. Sobre essa atitude da classe médica, que demonstrou preconceito aos colegas estrangeiros, o CFM curiosamente não se pronunciou. Assim como não o fez o Cremec, Conselho Regional do Ceará, onde ocorreu o episódio. A assessoria de imprensa do Conselho Federal informou que não há previsão de nenhum posicionamento oficial sobre o caso.
Na última semana, D’Ávila também classificou de “irresponsabilidade” a contratação de profissionais sem que fossem comprovadas suas habilidades técnicas. Acontece que, depois de participar do curso preparatório no Brasil, de língua portuguesa e sobre o sistema de saúde pública brasileiro, os médicos podem ser reprovados e correm o risco de voltar aos seus países. O presidente do Conselho Federal de Medicina, porém, não se retificou da crítica sem fundamento, após essa nova informação.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce), José Maria Pontes, a Federação Nacional dos Médicos, que representa 53 sindicatos da categoria, pretende entrar na terça-feira, dia 27, com uma Ação Direta de Institucionalidade (Adin) no STF contra o Programa Mais Médicos. Ele disse que os conselhos regionais não darão o registro para os cubanos. “Isso é uma palhaçada. Temos médicos brasileiros excelentes. O que não presta é a saúde pública brasileira”, criticou. Para Pontes, os “cubanos não podem operar porque não sabem. E eles podem fazer um estrago muito grande no Brasil. Isso é um crime”.
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Tags: Fortaleza, Médicos cubanos, Programa Mais Médicos, Saúde
29 de agosto de 2013 às 17:05
Parabéns a Cuba pelo ótimo trabalho!
Quanto aos médicos babacas brasil(eiros), as batatas!
Prof. Pietro Nardella Dellova
(UFF)
29 de agosto de 2013 às 17:04
Essa direita babaca brasil(eira), vestida de branco e preconceito é feita de nada!
O pequeno país, bloqueado, mal-falado, escluído, quem diria, põe medo no “gigante” … é de rir para não chorar.
Parabéns a Cuba pelo ótimo trabalho que fez e faz pelo mundo!
Prof. Pietro Nardella-Dellova
(Universidade Federal Fluminense)
28 de agosto de 2013 às 17:09
Agora entendi porque nunca quis ir à esta capital nordestina …
E agora já sei o que fazer da vida… quero ser atendido apenas por médicos cubanos, portugueses, espanhóis etc …
Com esta civilidade dos nossos médicos brazileros… quem precisa de açougueiros …
28 de agosto de 2013 às 14:17
Estou chocada com o comportamento dos médicos brasileiros.Triste e envergonhada!
27 de agosto de 2013 às 21:35
Por tudo isto é que dá medo dos ditos profissionais brasileiros, não digo médicos, pois não tem comportamento nem postura de um!
Sobram autoritarismo, pouco caso com o paciente e muita negligência! Estamos perdidos faz tempo, de um lado estes profissionais daqui e de outro os planos de saúde!!!
Socorro!!! Quero um médico cubano!!!!
27 de agosto de 2013 às 19:44
Pasmem, havia um negro entre os brasileiros que vaiavam…. e outros com nitidamente sangue africano….segundo a tal jornalista, eles também não teriam cara de médico né…. o que faz o médico é a cara… ta certo. Se for por isso que vimos, estamos é lascados com tais profissionais.
27 de agosto de 2013 às 18:06
Não é possível que a população, outros profissionais, Carta Capital e outra revistas, Prefeitos, Governadores, Deputados e Senadores, e Governo Federal não saiam em defesa dos Médicos cubanos e da nossa população sem médicos.
Vão pras ruas, nas bancadas, comprem espaço na mídia, coloquem na capa de revista e blogs, campanha nas redes sociais, o apoio que devemos dar!!! Tá na hora de uma campanha de conscientização e educação. Esta na hora de darem um basta em tds os níveis para os ditos médicos brasileiros e suas entidades!
Antes de serem animalescos, devemos ver bem o ódio de classe existente. É muito sério para ser empurrado com a barriga como esta sendo!!! Temos que dar um basta!!!
27 de agosto de 2013 às 18:00
Inacreditável, triste, lamentável, mas representativo da enorme baixeza da classe média brasileira, da força e da brutal estupidez da direita. Também interessante: eles chamam de escravos aqueles médicos que estão dispostos a trabalhar com pobres em lugares onde eles não iriam. É, como esses mesmos médicos disseram, “quem gosta de pobre é intelectual. Os médicos gostamos de dinheiro”. Digno de um fascista cínico e repugnante!
Essa noticia deveria chegar justamente nos lugares onde os médicos estrangeiros vão atender a população, deveria ser conhecida em todos aqueles lugares que não dispõem de um atendimento adequado, explicando além disso que o salario destinado para esse projeto era de dez mil reais, salario desprezado pelos médicos brasileiros que além do que nem pensam ir a lugares onde eles não possam disfrutar de todas as bondades da civilização.
27 de agosto de 2013 às 17:50
Onde estavam esse “presidentes” de conselhos em 1999? Já deviam ser formados, provavelmente às custas de todo o povo brasileiro que, agora, não apenas se recusam a tender como querem impedir que outros atendam. Isso é simples ódio ideológico, e talvez nem percebam que estão servindo a interesses mesquinhos, esses sim, eleitoreiros, golpistas, racistas, preconceituosos.
27 de agosto de 2013 às 17:13
Blog do Ivanovitch 2: Os Médicos e os Monstros. http://blogdoivanovitch.blogspot.com/2013/08/os-medicos-e-os-monstros.html?spref=tw