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Vendedores de alimentos gastam 3.2 milhões de dólares em carvão

Recentemente foi realizado, em Maputo, um estudo sobre introdução de energias limpas nos mercados municipais. Este trabalho fez parte da Parceria Estratégica que envolve o Conselho Municipal de Maputo, a SNV e o FUNAE, e que contou ainda com a participação da empresa Clean Star.

O objectivo do estudo foi o de oferecer uma perspectiva actualizada sobre o consumo de carvão vegetal dos vendedores informais de comida, principalmente daqueles que trabalham nos mercados municipais.

A equipa envolvida na elaboração do Estudo pretendeu também analisar a receptividade dos vendedores de alimentos às alternativas ao carvão e cobriu 32 dos 40 mercados municipais, bem como 430 comerciantes de alimentos.

Além de análises económicas, foi testado o uso do etanol, especificamente das soluções promovidas pelo fogão Ndzilo como alternativa e os resultados do uso do etanol foram positivos, indicando que os vendedores de alimentos não só desejam alternativas como têm recursos financeiros suficientes para investir em outras fontes de energia, talvez mais limpas e económicas.

Estima-se que nos mercados municipais existam pelo menos dois mil vendedores de alimentos e que cada vendedor gaste, em média, 3.900 meticais (135 dólares) mensais na compra de combustível. Este cenário representa um gasto de 3.2 milhões de dólares por ano, somente na compra do carvão.

Agora, as questões que se colocam são: O que falta para que as empresas nacionais entrem no mercado das energias alternativas para cozinha? Que os entraves existem à substituição gradual do carvão vegetal por gás, bríquetes ou mesmo pelo etanol? E por quanto tempo mais a população vai aceitar pagar mais de 30 dólares por um saco de carvão quando, há dois anos, o mesmo custava 8 dólares?

Sabe-se que, em Maputo, mais de 70% da população ainda utiliza carvão para cozinhar. Somente em 2011 foram consumidos 3 milhões de sacos de carvão na cidade. No país, contabilizaram-se mais de 15 milhões. Com os preços do carvão a aumentar cada vez mais na nossa capital, torna-se cada vez mais evidente a oportunidade da venda de produtos que venham a substituir os tradicionais fogões de carvão, assim como de alternativas ao próprio carvão.

O fogão Ndzilo, que promove o uso de etanol, é um produto novo que a população ainda está a testar, mas o desejo de investir em alternativas não é novo. A população tem dinheiro, contudo não existem produtos disponíveis para as camadas de baixa renda.

O Conselho Municipal da Cidade de Maputo, FUNAE (Fundo Nacional de Energia) e a SNV Moçambique estão a trabalhar juntos no sentido de desenvolver um mercado para soluções de energia eficientes e alternativas para cozinha. Espera-se que novos modelos de fogões eficientes sejam produzidos em Moçambique e vendidos para atender à demanda nacional. Nesse sentido, há importantes esforços para promoção de fontes alternativas de energia, tais como o próprio etanol e os bríquetes. De acordo com o chefe do Programa de Energia da SNV, Federico Vignati, “nunca houve melhores condições para o sucesso dos empreendedores moçambicanos com interesse na área da energia”.

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This entry was posted on 29 de Julho de 2013 by in Uncategorized.

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