É quase um ritual. É como ir rever um grande amigo. Os cinéfilos já estão acostumados. É quase certo todos os anos ter um filme de ação em que Tom Cruise salva o mundo. E isso não é ruim. O ator sempre caiu muito bem nesse tipo de papel, em filmes como Encontro Explosivo, Jack Reacher: O Último Tiro, ou na pele do seu personagem mais conhecido, Ethan Hunt da franquia Missão: Impossível.
Neste seu novo filme, Tom interpreta o major Bill Cage, que trabalha como secretário de imprensa do exército americano. Os humanos travam uma guerra contra os aliens. Bill Cage trabalha dando declarações para imprensa e participando de programas, onde tenta vender a imagem da vitória do seu exército. Mas ele é obrigado a sair da sua zona de conforto e é enviado para o combate, e lá, por algum motivo que será desvendado no decorrer da trama, descobre que tem um dom muito estranho, o que permite retornar para um momento de sua vida, quando ele morre. Assim, Bill usará este dom para tentar a vitória contra os aliens, mas, para isso, ele precisará da ajuda da soldada Rita Vrataski.
Porém, No Limite do Amanhã não é aquele filme do Tom Cruise como conhecemos. Aqui, o seu personagem no início é covarde. E até chega a se recusar a ir para o combate. Ele vai, mas a força. A soldada Rita Vrataski é quem o treina e o prepara para a guerra, enquanto buscam montar uma estratégia para vencer a guerra. O filme contém todos os clichês possíveis e imagináveis do cinema de ação. Cenas de lutas e batalhas surreais, e uma pitada de humor na medida certa. O longa desde o início mostra que o seu intuito é divertir. Não vá em busca de um filme inteligente, que irá mudar o modo como a ação e a ficção serão vistas. No Limite do Amanhã não quer isto, ele quer divertir! E isso ele consegue. Vale destacar também a edição do filme, muito caprichada. Em filmes que envolvem viagem no tempo, ter uma edição boa é fundamental.
Tom Cruise mais uma vez entrega uma ótima atuação, mostrando que ação realmente é com ele. Além disso, o ator está com um timing perfeito de humor para o seu personagem. Emily Blunt também está muito bem, e tem ótima química ao lado de Tom. Os efeitos especiais também são destaques, além de serem muito importante para a história. Destaque para a criação dos aliens, feios, grandes e rápidos, se mostram um adversário quase que indestrutível.
Um filme para ir ver de cabeça aberta. Para se divertir. Esta é a única obrigação que No Limite do Amanhã tem. E consegue cumpri-la muito bem.
Edge of Tomorrow, 2014. Direção: Doug Liman. Com: Tom Cruise, Emily Blunt, Brendan Gleeson, Bill Paxton, Jonas Armstrong, Tony Way, Kick Gurry, Franz Drameh, Charlotte Riley. 113 Min. Ação.