Traduções

Quando o Zodíaco Subiu aos Céus

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Alexander Gurshtein

Texto Traduzido pelo Centro de Pesquisas Astrológicas Hermes – Revista Astronomy 2002

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Não saber o que aconteceu antes do nosso nascimento é permanecer criança para sempre. Pois de que vale a vida humana, a menos que esteja entrelaçada na vida de seus ancestrais, pelos registros da história?

Cícero

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Há muito tempo que os astrônomos buscam as origens do zodíaco. No começo do século XIX, Pierre-Simon de Laplace, em sua Exposition du Système du Monde, declarou: “Os nomes das constelações zodiacais não eram fantasias casuais. Refletiam relações que constituíam os temas de muitas indagações ou tentativas de uma organização sistemática. Aparentemente, alguns signos devem estar ligados ao movimento do Sol. Por exemplo, Câncer e Capricórnio marcavam seu retorno aos solstícios, enquanto Libra simbolizava um equilíbrio entre o dia e a noite no equinócio. Alguns outros parecem ter sido impostos pela agricultura ou pelas condições climáticas dos povos que estabeleceram o zodíaco.”

Os pesquisadores aos poucos reconheceram que os nomes das constelações na Babilônia derivavam das antigas regiões da Suméria e da Acádia. Em 1965, o especialista Willy Hartner propôs que o zodíaco era ainda mais antigo e “teve origem por volta, ou pouco antes, de 4000 a.C., de onde finalmente foi transmitido para os gregos.”  Na época, sua opinião não foi muito aceita, mas hoje é possível ampliar as idéias de Hartner combinando nosso conhecimento de linguística, etnografia e uma aperfeiçoada compreensão da cultura e da mentalidade mitológica das sociedades pré-letradas. Considerada como um todo, essa informação parece sugerir que a formação das constelações zodiacais foi um processo dinâmico que evoluiu por milhares de anos.

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Imagens do Céu

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Abu’l-Husayn al-Sufi (903-986 d.C.), grande autoridade da astronomia islâmica, insistia em que as constelações foram formadas e nomeadas por sua aparência externa. Algumas constelações antigas, com estrelas brilhantes, certamente foram estabelecidas como grupos estelares bastante notáveis e anônimos em época bem afastada, mas a proeminência por si só não pode ser a explicação para todas elas. A extensa área de Peixes, por exemplo, não contém nenhuma estrela cujo brilho esteja além da magnitude 4, e em Aquário nada além da magnitude 3.

Esses fatos mostram que os observadores antigos não queriam apenas unir grupos estelares brilhantes em constelações, mas também fixar certas áreas importantes da esfera celeste como marcadores celestiais. Indícios para suas motivações podem ser encontrados na decodificação semântica dos nomes mais antigos das constelações. Um exemplo simples é Libra, a Balança, que para muitos autores, da antiguidade até o presente, foi ali colocada com o objetivo de indicar o equilíbrio entre a duração do dia e da noite no equinócio de outono.

Uma abordagem simbólica para a designação das estrelas e constelações é apoiada pelo folclore dos aborígenes australianos, conforme registro feito por E.B. Tylor há mais de cem anos. Segundo ele, “a princípio, os nomes e as histórias primitivas de estrelas e constelações podem parecer fantasias infantis e sem sentido; mas sempre acontece no estudo das raças, que quanto mais recursos tivermos para entender seus pensamentos, mais sentido e razão acabamos encontrando. Os aborígenes da Austrália dizem que:

Marpean-Kurrj e Neilloan (Arcturus e Lyra) foram as descobridoras das pupas das formigas e dos ovos do pássaro loan bird, e ensinaram os aborígenes a procurá-los como alimento. Traduzidos na linguagem factual, esses mitos singelos registram a localização daquelas estrelas no verão e também as estações de pupas de formiga e ovos de loan bird, cujas épocas do ano são indicadas pelas estrelas chamadas de descobridoras.”

Minha reconstrução dos nomes atribuídos ao zodíaco sugere que as antigas constelações não foram um modo imaginativo de ver formas de heróis e animais no céu. Em vez disso, primeiramente foram marcadores celestiais, e só mais tarde receberam nomes simbólicos.

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Via Solis

O zodíaco marca o curso seja do Sol, seja da Lua. Certas tabuinhas cuneiformes nos contam sobre as constelações ao longo do passo da Lua, mas esses textos específicos, da assim chamada série mulAPIN, foram escritos em época relativamente recente. Além do mais, a mesma fase da Lua pode ser encontrada entre diferentes fundos estelares, o que torna extremamente difícil a correlação das fases lunares com as mansões lunares. Por outro lado, observações da posição solar em Stonehenge e em muitos outros locais da Europa antiga e do Oriente Próximo, desempenharam um importante papel nas culturas primitivas. Admitamos, portanto, que as constelações da eclíptica originalmente marcavam a via Solis, o passo do Sol.

Observações sistemáticas do céu estrelado podiam nitidamente ter estabelecido uma conexão entre o aparecimento do céu noturno e as estações do ano solar. E a correlação entre a elevação máxima do sol sobre o horizonte com a duração relativa da noite e do dia, ou com o azimute dos pontos de nascimento e ocaso do sol, teria levado à identificação de quatro pontos especiais ao longo da eclíptica: as posições do Sol no equinócio vernal, solstício de verão, equinócio outonal e solstício de inverno. Os antigos observadores do céu teriam dedicado uma grande atenção a essas localizações logo depois de descobrirem que a sequencia das quatro estações estava consistentemente ligada ao movimento anual do Sol entre as estrelas e que ela podia ser prevista a partir desse movimento.

Chegamos então ao postulado de que as observações astronômicas do movimento do Sol ao longo da eclíptica teria levado, em tempos muito antigos, à identificação de quatro grupos especiais de estrelas. Mas a precessão do eixo rotacional da Terra faz com que as posições dos quatro pontos distintos se desloquem ao longo da eclíptica como um rígido sistema cujo período é de aproximadamente 26.000 anos, uma constelação zodiacal passando em média a cada 2.140 anos.

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A Constância dos Astrônimos

Os etnógrafos insistem em que tanto os astrônimos (os nomes dos objetos celestes) quanto os topônimos (nomes geográficos) são altamente estáveis. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi impossível mudar de Cabo Canaveral para Cabo Kennedy. Na Rússia, Leningrado voltou a ter seu velho nome de São Petersburgo. Muitas tentativas radicais foram feitas para mudar o nome das constelações zodiacais, incluindo aquelas de vários autores cristãos que tentaram substituí-las por figuras da história sagrada e sua devida interpretação. Mas as antigas constelações zodiacais sobreviveram a cada tentativa, mesmo já esquecida, nos primórdios da história escrita, a razão original por trás de seus nomes, e apesar de todas as mudanças sociais e culturais ocorridas nesse ínterim.

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O Quarteto de Gêmeos

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A tabela abaixo mostra a localização das constelações nos pontos eclípticos das estações em intervalos de 2.000 anos aproximadamente. Sua presença nas várias constelações é empiricamente observada e não depende de ser conhecido ou não o fenômeno da precessão. Essa lista poderia não ter fim, pois o zodíaco descreve um círculo, e embora estejam incluídos sete quartetos, somente os três do meio são significativos para a nossa discussão. Cada quarteto recebe o nome da constelação que estava no ponto vernal naquele período. Assim, as quatro constelações eclípticas de 6000-5000 a.C. formam o quarteto de Gêmeos e são: Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes.

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O quarteto de Gêmeos é algo peculiar, pois suas constelações não são do tipo “zoológico celeste” que compõe a maior parte do zodíaco. À exceção de Peixes, esse quarteto é humano, apesar do termo grego “zodíaco” significar, literalmente, “círculo de animais”.

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A palavra Zodíaco, derivada do grego, ζωή, significa vida, mas também tem em comum a origem etimológica da palavra grega ζώο que significa animal. Διάκος significa diácono, palavra que transmite de sua raiz etimológica o sentido de conduzir ou guiar através, descrevendo assim a nossa noção de roda ou círculo. Em grego costuma-se dizer ζωδιακός κύκλος, quer dizer ciclo zodiacal. A tradução para o “círculo de animais” é uma convenção linguística, uma simplificação do sentido do termo, o que em minha opinião empobrece a verdadeira natureza deste “circuito celestial”, que poderia ser muito melhor denotado se traduzido como um círculo vital, ou o círculo da vida.

César Augusto – Astrólogo

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Os gêmeos são símbolos proeminentes em muitas culturas antigas. Sua importância remonta a um mito bastante disseminado sobre os gêmeos celestiais – os filhos do supremo deus Sol e o começo de qualquer ciclo importante. Este mito pode ter servido como uma base bem arcaica para a história bíblica de Adão e Eva. Na mente neolítica, a constelação de Gêmeos talvez tenha sido vista como fonte de uma vida nova e um sinal de renovação da natureza.

A Virgem celestial pode estar associada à deusa-mãe que foi adorada no antigo Oriente Próximo e Oriente Médio. No Paleolítico e nas sociedades agrícolas primitivas, ela era representada como uma mulher grávida nua ou em trabalho de parto – um símbolo de fertilidade. Em todas as representações da constelação, a Virgem aparece segurando uma espiga de cereal (daí o nome Spica para a sua estrela mais proeminente). A deusa-mãe segurando uma espiga parece ser um símbolo bem apropriado da fertilidade no verão.

A constelação outonal do quarteto de Gêmeos é Sagitário – um centauro, ou simplesmente um caçador, com um arco nas mãos. Sagitário reflete plenamente o simbolismo outonal: um caçador atinge o Sol e o fere quando este cruza a eclíptica e começa sua descida ao mundo subterrâneo. Como os exemplos anteriores, Sagitário é um símbolo duplo: cavalo e cavaleiro, ou uma fera que é um amálgama dos dois.

No inverno, o Sol alcança sua altura mais baixa ao meio-dia e parece estender-se sobre o limiar do mundo inferior. Talvez no Neolítico as águas do mundo subterrâneo não tivessem nenhum símbolo antropomórfico a elas associado e, portanto, um par de Peixes poderia servir.

A grande antiguidade dos membros deste quarteto é atestada pelos primeiros textos cuneiformes astronômicos. Seu simbolismo (e dualismo) aparentemente coincide com mitos arcaicos bastante disseminados naquele período, indiretamente apoiando a ideia de que as quatro constelações pertencem a um único grupo. Segundo o arqueólogo russo Igor L. Kyzlasov, a sequencia semântica por todo o grupo é: nascimento, apogeu, decadência e morte (ascensão, ápice, descida e profundeza). Esse ciclo celestial lembrava o ciclo anual do mundo natural, bem como o da vida humana. O simbolismo do quarteto de Gêmeos segue uma antiga idéia universal sobre o fluxo do tempo. Pinturas e artefatos em cavernas nos permitem supor que esse simbolismo teve lugar até mesmo na época do homem de Neanderthal (Paleolítico Médio, cerca de 100.000 anos atrás).

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O Quarteto de Touro

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Por volta de 4000-3000 a.C., as condições econômicas e socioculturais no Oriente Próximo tinham sofrido grandes transformações. A vida religiosa era conduzida por uma classe de sacerdotes que controlavam a economia, o culto e os rituais dos templos. Enquanto as populações precedentes possuíam pequenas estatuetas de barro representando deuses antropomórficos, com o desenvolvimento da cultura urbana vieram estátuas de ouro, prata e pedra – ídolos geralmente feitos na forma de animais, e não de seres humanos. A estrutura pictórica do quarteto de Touro é, portanto, bem diferente do grupo de Gêmeos. Podemos decodificar o simbolismo do novo quarteto – Touro, Leão, Escorpião e Aquário – considerando os temas conhecidos dos trabalhos criativos de sumérios, babilônios, assírios e egípcios naquele período.

A suprema divindade agora era masculina, não mais feminina. O símbolo primário da fertilidade masculina – o touro – era usado para representar a primavera. O touro serviu como decoração importante nos antigos templos da Ásia e deixou sua marca nas artes, estabelecendo-se no Antigo Testamento como o “Bezerro de Ouro”. Os leões também desempenharam um papel significativo na devoção como símbolo do poder supremo. Milhares de anos depois, o leão continua sendo o mais importante signo heráldico. É um símbolo apropriado para indicar o ponto mais alto do Sol em seu curso pela eclíptica. O escorpião é um símbolo familiar de fontes egípcias e babilônicas. No período anterior, Sagitário feriu o Sol, que iniciou sua queda nas águas do oceano; aqui a picada do escorpião desempenha a mesma função.

Aquário, o Aguadeiro, à primeira vista não se encaixa no quarteto de Touro. Mas tudo que foi mencionado anteriormente sobre o sentido simbólico de Peixes aplica-se a essa constelação. Também Aquário está relacionado à água, que encarna o recolhimento do Sol, no inverno, ao mundo inferior. Tal ideia é muito comum na mitologia da Mesopotâmia.

Todas as constelações desse quarteto são mencionadas também nos textos cuneiformes mais antigos, representadas como o deus Anu, o touro do céu; um leão ou uma leoa; um escorpião; e um gigante. Por outro lado, os nomes no próximo quarteto não são tão antigos.

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O Quarteto de Áries

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Num capítulo especial sobre o zodíaco babilônico, em seu livro Astrology in Everyday Life, Rupert Gleadow escreveu: “A conclusão parece ser inevitável. Por volta do ano 1000 a.C., na Babilônia, o zodíaco ainda não tomara forma, mas a maioria de suas constelações eram conhecidas pelos mesmos nomes  que têm hoje… O que é mais surpreendente a respeito desses zodíacos babilônicos irregulares é a ausência do Carneiro.”

Não apenas Áries, mas algumas outras constelações do quarteto de Áries são problemáticas em fontes babilônicas. Câncer, por exemplo, também está ausente, e o nome acadiano para Libra significa “chifre de escorpião”, que deve estar se referindo às garras do escorpião. A separação das garras do Escorpião em outra constelação esteve em discussão entre muitos autores gregos e latinos nesse período ou logo depois. Assim, para a Babilônia essa constelação era comparativamente nova.

No quarteto de Áries, apenas Capricórnio tem uma origem verdadeiramente babilônica. Era um símbolo de Ea, o deus das águas subterrâneas puras do oceano. A constelação foi introduzida na eclíptica, ao lado de Aquário.

O simbolismo do quarteto de Áries condiz com a nova situação cultural do Oriente Próximo. O antigo Testamento prevenia contra os ídolos e as estátuas de culto dos templos do Oriente Próximo; o monoteísmo estava prestes a predominar. Imagens artísticas e parábolas, para seu próprio bem, espalharam-se pela literatura. No contexto desta última inovação, o simbolismo do quarteto de Áries não é simplesmente sagrado, mas também literário e artístico.

Áries, o Carneiro, tem sido nitidamente associado aos rituais de primavera durante toda a história escrita e antes. Igualmente, referências a um bode podem ser encontradas em muitas religiões da antiguidade. Por exemplo, na Bíblia o bode expiatório liberta as pessoas de sua carga moral, levando embora nas costas todos os seus pecados. Observe que Capricórnio geralmente é representado como um bode ou uma cabra com rabo de peixe. De acordo com fontes escritas, o nome peixe-cabra (goatfish, em inglês), ou salmonete, é de origem suméria; na verdade, Capricórnio é o descendente direto dos símbolos aquáticos nos quartetos de Gêmeos e Touro, e o terceiro exemplo em que tal símbolo é utilizado para denotar o solstício de inverno.

Câncer, como símbolo do verão, pode alegoricamente significar a inversão do movimento do Sol quando ele passa pelo ponto mais alto (declinado para o norte) da eclíptica. E Libra é uma imagem particularmente adequada para retratar o ponto equinocial do outono, onde o dia e a noite se equilibram.

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Teste de Tamanho

É fácil acreditar que as primeiras constelações delineadas na esfera celeste vazia eram, em média, maiores que aquelas que mais tarde foram traçadas numa esfera parcialmente preenchida. De um modo geral, as modernas constelações formadas por Johannes Hevelius, por exemplo, possuem áreas bem menores que dos antigos padrões estelares. Se nossa suposição estiver correta, deve haver uma correlação entre os tamanhos das constelações e o tempo em que foram estabelecidas.

As constelações do céu moderno variam bastante de tamanho, de aproximadamente 1.300 graus quadrados (Hidra Fêmea (Hydra), Virgem e Ursa Maior) a cerca de 75 graus quadrados (Cruzeiro do Sul, Cavalo Menor e Flecha). E, em média, as constelações do quarteto de Gêmeos são de fato maiores que as do quarteto de Touro. Neste último, por sua vez, são bem maiores que as constelações do quarteto de Áries. As diferenças são bem mais consideráveis do que quaisquer erros devidos a incertezas nos limites, proporcionando uma demonstração independente sobre o nosso postulado a respeito das idades dos três quartetos.

Para finalizar, podemos tentar a tarefa inversa: definir com mais precisão uma data para a origem de cada quarteto. Levando em conta a precessão, calcularemos as datas em que distintos pontos sazonais estiveram sincronizados com os centros das constelações de cada quarteto. Os números que aparecem na terceira coluna da tabela abaixo são as datações médias de origem de cada quarteto, e a quarta coluna fornece a média do quadrado do desvio (variância).

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O intervalo entre a primeira e a segunda geração é de 2.900 anos, muito mais do que os 1.500 anos entre a segunda e a terceira. A incerteza nas posições dos centros também é mais baixa para a primeira geração, mais ainda para a segunda, e para a terceira, menor ainda.

Concluímos então que as primeiras constelações zodiacais foram estabelecidas em meados do sexto milênio a.C. – 3.000 antes da invenção da escrita! Tal origem, no entanto, não está fora de propósito na história das civilizações, pois todos os especialistas concordam que esse período encerrou um grande progresso na civilização urbana.

Alexander Gurshtein é professor e vice-diretor do Instituto de História da Ciência e Tecnologia, da Academia Russa de Ciência, e vice-presidente da Sociedade Europeia de Astronomia e Cultura. O autor agradece a Owen Gingerish pela ajuda na preparação deste artigo. Uma versão mais completa em língua inglesa foi publicada no Vistas in Astronomia, vol. 36, 1993.

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Referências
Gingerich, Owen. The Great Copernicus Chase and Other Adventures in Astronomical History. 7-12. (Sky Publishing Corp. and Cambridge University Press, 1992).
Gleadow, Rupert. Astrology in Everyday Life. (Faber and Faber, Ltd, 1940).
Gurshtein, Alexander. “On the Origin of the Zodiacal Constellations”. Vistas in Astronomy, Vol. 36, 171-190.
Lovi, George. “That Mysterious Zodiac”, Sky & Telescope, April 1993, p. 63.
van der Waerden, Bartel L. “History of the Zodiac”. Archiv für Orientforschung, Bd. 16, 216-230. 1953.

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