Viagens-na-Minha-Terra-Almeida-Garrett

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Viagens na Minha Terra
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04 Mai 2012 Escritor Almeida Garrett
Banner do livro “Viagens na Minha Terra”

A famosa e verídica história da viagem do escritor Almeida Garrett rumo a Santarém para uns dias de descanso na casa do seu amigo, Passos Manuel. Enquanto viaja, também a sua mente vagueia pelo passado, pelo presente e pelo futuro, fazendo descrições de sítios e lugares que hoje já não se descobrem ao mesmo tempo que analisa o Portugal dos inícios de mil e oitocentos. Análise essa que acaba por se cruzar com a história trágico-romântica da “menina dos rouxinóis”.

Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, de Inverno, em Turim, que é quase tão frio como Sampetersburgo — entende-se. Mas com este clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta, e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até o quintal.

Considerado como o ponto mais alto da prosa de Almeida Garrett, é o livro que inaugurou um género completamente novo na literatura portuguesa e que viria a tornar-se corrente nos dias de hoje: O Romance Histórico; oscilando entre a narração de factos histórico-verídicos e situações ficcionais.

Mas é um livro que foi ainda mais longe por dar uma nova dimensão ao género de Romance de Viagem, do qual também se insere com óbvia naturalidade. Mais do uma mera descrição de peripécias, típicas das narrativas de viagens da altura, o livro de Garrett foi construído sobretudo com o objectivo de fazer uma análise crítica, para além de descritiva, daquilo que observou, dando assim uns pequenos primeiros passos em direcção à corrente literária do Realismo que se implementaria uma década mais tarde.

É pois considerado como o ponto de arranque da moderna prosa portuguesa por ter sido construído na altura com uma mistura de estilos e de géneros e por fazer um cruzamento de uma linguagem ora clássica ora popular, ora jornalística ora dramaticamente romântica, sem perder a vivacidade das expressões e imagens narradas.

Um livro excepcional sem paridade e um dos maiores clássicos da literatura portuguesa e europeia.

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