Porque é importante a teoria?
1) A teoria científica contém o método que nos dá a capacidade de julgar correctamente a realidade e os novos fenómenos sociais. Sem este método tamém podemos julgar correctamente certo fenómeno social. A questom é que ao fazê-lo sem método erramos no nosso juíço muitas mais vezes, acertaremos intuitivamente ou por casualidade, e nom poderemos aprender sistematicamente dos nossos erros para melhorar os nossos juíços.
2) Permete-nos encontrar a linha política justa, para poder incidir conscientemente na realidade e mudá-la num sentido revolucionário..
3) A militáncia necessita saber por que milita. Por que realiza um determinado trabalho voluntário, cedendo generosamente o seu tempo polo bem comum da nossa classe, da nossa sociedade e de toda a humanidade.
4) Geralmente as pessoas com mais formaçom política som mais firmes nas suas conviçons e mais difícilmente desmoralizáveis (porque encontram mais fácilmente explicaçom para os momentos de refluxo histórico e porque sabem, polo conhecimento do Materialismo Histórico, que as contradiçons sociais no imperialismo sementam a história de possibilidades revolucionárias).
Qual é o caminho da emancipaçom do proletariado galego e do progresso social?
Para isto é imprescindível conquistarmos o poder político. Por esta razom é necessário romper co estado espanhol. O proletariado galego necessita auto-organizar-se no MOG e no MLNG para podermos ser donos do nosso destino e solucionar os grandes problemas da nossa sociedade: desemprego, precariedade, vivenda, as más condiçons laborais, pensons miseráveis, falta de liberdades políticas, persecuçom política do proletariado revolucionário, etc.
Sem uns movimentos sociais combativos (MLNG, MOG, etc), dirigidos polo proletariado, politizados, armados coa teoria revolucionária e portanto exigindo os nossos direitos políticos colectivos de auto-organizaçom, greve, manifestaçom, expressom, autodeterminaçom, etc, nom poderemos construir umha Galiza melhor, nem contribuir a conseguir um mundo de justiça e liberdade.
Livrar-nos do estado espanhol é umha necessidade para o proletariado galego. O estado espanhol é o garante, mediante o monopólio da violência e a aplicaçom da repressom, de que nom se produçam as mudanças sociais que precisamos como povo. É o responsável de que nom poidamos resolver os grandes problemas sociais, o responsável de garantir a exploraçom do proletariado.
Qual é a caracterizaçom deste momento histórico?
Neste momento sofremos umha grande ofensiva reaccionária do capitalismo contra os povos do mundo.
O capitalismo já nom consegue o progresso social, senom que cria retrocesso social.
Esta ofensiva reaccionária do capitalismo contra os povos do mundo tem como consecuência a guerra, a repressom e o crescimento do desemprego e as desigualdades como os três factores mais destacáveis deste momento histórico. O motivo desta ofensiva é o processo de decadência no que se encontra o capitalismo. A consequência desta ofensiva reaccionária é o retrocesso social. Este retrocesso é um fenómeno histórico que indica que já passou o momento histórico do capitalismo, e tamém indica a necessidade que tem a humanidade de superá-lo construindo o socialismo. Hai que aclarar que esta ofensiva só tera fim quando consigamos parar-lhe os pés à reaçom, mediante a luita da classe obreira galega.
A classe obreira galega sofre um autêntico drama co dessemprego, a perda de nível adquisitivo, o empobrecimento, a precariedade, a repressom do uso do galego, a suba dos preços dos alimentos, da energia, a vivenda e outros bens de primeira necessidade.
Só mediante a mobilizaçom e a luita poderemos parar esta ofensiva.
A classe obreira é nacional?
É, é inevitavelmente nacional. Porque a humanidade se divide em sociedades nacionais e a classe obreira é umha das classes (partes) em que se divide a sociedade nacional.
Por isto a classe obreira galega é objectivamente nacional. Forma parte da sociedade galega e tem umhas caracteristicas, costumes, psicologia e dinámica económica próprias e únicas e que tenhem umha orige precapitalista.
Que som as classes sociais e que é a classe obreira já foi definido cientificamente nos estudos das sociedades humanas feitos por Marx e Engels fai mais de 150 anos. Nom reconhecemos a definiçom de “classe trabalhadora”.
É estatal o aparelho repressivo das classes exploradoras?
É, o monopólio da violência está em maos dos estados. Som os estados os que formam o aparelho repressivo da oligarquia, os exércitos, a polícia, os tribunais, os cárceres, etc. Som os estados os que garantem a exploraçom e o estado espanhol o que garante a exploraçom da classe obreira galega.
Que é a classe obreira?
As classes diferenciam-se em primeiro lugar por qual é a orige da sua renda. A classe obreira consegue a sua renda vendendo a sua força de trabalho. A classe obreira nom recebe nunca umha renda (um salário) superior (mas inferior) ao valor que aportou à sociedade co seu trabalho.
Tamém hai outra maneira de identificar as pessoas que formam a classe obreira, que consiste em saber onde estám situadas objectivamente na luita de classes. Assi, Marx ou Lenine, tendo umha orige pequeno-burguesa eram obreiros, ainda que nom participaram na actividade económica, ao realizar um trabalho político útil na luita de classes para o proletariado. Eles tamém eram proletários. A sua praxe social na luita de classes tamém serve para identificar a estes e outras revolucionárias.
Mercado de força de trabalho ou mercado de trabalho.?
O que merca o capital nom é trabalho, como já dizia David Ricardo, mas força de trabalho, como dizia Karl Marx. No capitalismo a força de trabalho é umha mercadoria mais. Tendo a força de trabalho a qualidade única de criar mais valor (plusvalia) do que custou.
O desemprego?
O desemprego é um drama social. Um crime contra a classe obreira, um drama criado polo capitalismo. O maior problema social e que só o proletariado pode solucionar.
É possível um bloco independentista revolucionário nos actos de massas?
É, com audácia.
Se analisamos bem a realidade do MLNG e do MOG neste momento, veremos a necessidade de ter mais presença com um bloco independentista revolucionário nos grandes actos de massas, com umha mensage proletária revolucionária.
Este bloco é umha possibilidade totalmente viável, e tanto a nossa base social como o conjunto do povo trabajador galego precisam-no.
Que organizaçom concreta tenha este bloco nos actos de massas nom é o importante. O importante é que a nossa falta de visom e de audácia política leva-nos à nom constituçom e organizaçom deste bloco.
A nossa falta de audácia política paraliza-nos, por isso: audácia, audácia e mais audácia.
Qual é o caminho do socialismo?
Sem a conquista do poder político polo proletariado galego é impossível caminhar cara o socialismo.
Sem umha república proletária galega, nunca poderemos construir a Pátria Socialista Galega, nem o progressso social e tampouco contribuirmos a ter umha humanidade socialista primeiro e comunista depois.
O MOG e o MLNG?
O MOG e o MLNG som os movimentos sociais mais combativos, revolucionários, influintes e prioritários para o progresso do povo galego.
Actualmente o movimento obreiro está em “hivernaçom”, sendo prioritário para a nossa classe animá-lo e organizá-lo. Só nas greves e conflitos podemos albiscar a capacidade do MOG. Organizemos e radicalizemos as luitas.
Que é a riqueza?
Toda riqueza que hai no mundo é trabalho. Sem trabalho humano nom hai riqueza de nengum tipo.
A riqueza é qualquer fruito do trabalho que satisfaz necessidades sociais tanto físicas como intelectuais.
Que som as mercadorias? Qual é o valor das mercadorias?
As mercadorias som bens socialmente necessários, que fôrom produzidos para realizar o seu valor no mercado e nom para a satisfaçom dos seus produtores.
O valor de troca é o trabalho socialmente necessário para produzir, transportar e realizar no mercado a transformaçom em dinheiro dumha mercadoria.
Análise funcional da mercadoria:
Vejamos agora como podemos fazer esta análise. Atendendo à sua funçom social, podemos dizer que umha mercadoria está inevitavelmente composta por: trabalho abstracto mais trabalho concreto. Ou o que é o fruito deste trabalho na mercadoria: valor de troca mais valor de uso.
O valor de troca tem a sua orige no trabalho abstracto. Que nom é mais que o que tem em comum qualquer tipo de trabalho humano: o desgaste físico e intelectual medido em tempo de trabalho.
O trabalho abstracto sempre está unido ao trabalho concreto. Na mercadoria estas duas características do trabalho transformam-se no valor de troca e no valor de uso (que é o efeito do trabalho concreto.) Sem valor de uso nom existe valor de troca, porque estám indisoluvelmente unidos. A separaçom é impossível de realizar objectivamente numha mercadoría real.
Análise orgánico da mercadoría:
Busca a orige física das partes que formam a mercadoria.
O capital constante é trabalho “morto” (a maquinária, a energia, as matérias primas e as auxiliares); mais o capital variável, que é trabalho vivo e pago (o preço da força de trabalho, salário); mais a plusvalia, que é o excedente de trabalho nom pago.
Que é o capital?
a) É um sistema social dumha época histórica, b) baseado num valor que se revaloriza a si mesmo, c) tranformando-se em meios de produçom privados, d) mediante a exploraçom dumha(s) pessoa(s) que vendem a sua força de trabalho (obreiras), e) e do que o capital obtém a plusvalia.
Capitalismo é sinónimo de mercadoria e mercado?
Nom. As mercadorias estivérom nos mercados historicamente muitos séculos antes de nascer o capitalismo.
O capitalismo contou na sua historia com: mercado da livre concorrência (hegemónico na sua fase de expansom); mais o monopólio; mais os oligopólios (hegemónico na fase de decadência).
Que é e para que serve o crédito no capitalismo?
1 É o valor de supostos bens que na teoria se produzirám no futuro; 2 tamém é o metodo que serve para regular a massa de dinheiro que circula na sociedade; 3 e tamém é um meio de acumulaçom capitalista, ao transformar a plusvalia ociosa em capital.
Os “mercados de valores” som mercado?
Nom. No verdadeiro mercado vendem-se e mercam-se mercadorias reais. Nos “mercados de valores” especulam com papéis, com títulos de propriedade que na maior parte das vezes nom se correspondem com um verdadeiro valor.
Ao nom existir mercadorias reais nestes supostos “mercados”, nom rege a lei do valor. Nos “mercados de valores” reina a aparente “liberdade” das leis da economia. Mas a riqueza existente numha sociedade é um feito objectivo e quando queiram tranformar a sua “riqueza” fictícia em riqueza real entenderá-no.
Que é o capital financeiro fictício e “a riqueza” fictícia?
Quando umha empresa entra em bolsa ou fai umha ampliaçom de capital converte uns papéis (títulos de propriedade) em dinheiro e este em capital. A partir daqui o que subam na bolsa estas acçons é um capital fictício e que nom tem que estar respaldado polo trabalho, porque funciona independentemente do capital real. Os lucros obtidos nas vendas destes títulos som umha “riqueza” fictícia, porque nom se deve ao fruito dumha plusvalia do trabalho real. Assi, a bolsa de valores só pode obter lucros quando o dinheiro que entra (novos fundos especuladores) som maiores dos que se retiram destes falsos “mercados“. Aquí, onde nom existe um mercado real e portanto nom rege a lei do valor, reina a oferta e a demanda, ou o que é o mesmo, a mai da especulaçom.
Qual é a orige primária da crise económica? Que é a lei económica da tendência histórica à diminuiçom da taxa de lucro meia no capitalismo?
A orige primária da actual crise e de todas as crises económicas estruturais do passado está na contradiçom interna inerente ao próprio sistema social capitalista entre o carácter social do trabalho e o carácter privado tanto da propriedade dos meios de produçom como do processo de apropriaçom das mercadorias.
A lei da tendência à disminuiçom da taxa de lucro é umha lei económica descoberta por Karl Marx e descrita no terceiro libro do Capital. Esta lei económica di-nos que coa passagem do tempo cada vez hai que invertir mais riqueza para criar um capital e para poder obter o mesmo lucro. Se a primeiros do século xx para obter 25 de lucro havia que ter um capital de 100, agora, para obter 25, hai que ter um capital de 2000.
Esta lei tem umha grande importáncia para entender a crise capitalista.
Parecia que esta lei económica nom se aplicava nos “mercados financeiros”, nem nos “mercados imobiliários”, mas: 1) como vimos os “mercados financeiros“, nom som verdadeiros mercados; 2) os “mercados imobiliários”, tampouco som verdadeiros mercados de livre concorrência onde impera a lei do valor, senom que estám totalmente condicionados pola propriedade privada dumhas pessoas que acaparam o terreno para criar uns oligopólios, à marge do mercado. 3) tanto o “mercado financeiro” como o “mercado imobiliário” pareciam que escapavam das leis económicas objectivas do capitalismo e que podiam criar muita “riqueza”. Mas a realidade económica, a sociedade, com um modelo de relaçons sociais determinado, e que tem sempre no trabalho humano a orige forçosa da riqueza, impera sobre qualquer mentira subjectiva.
J F Sebastiam
Gosto
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